30 de Janeiro de 2025,10h00
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Um estudo inédito divulgado nesta semana pela repórter Fernanda Mena na Folha de SP indica que cerca de 58 toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) são descartadas todos os dias nos rios e afluentes da Bacia do Alto Tietê, na região metropolitana de São Paulo.
O dado faz parte do levantamento encomendado pela Fabhat (Fundação Agência da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê) e financiado pelo Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos).
A pesquisa, realizada pela Envex Engenharia e Consultoria, identificou que a presença de lixo mal descartado se tornou um problema estrutural na bacia, que impacta desde a qualidade da água até a capacidade de escoamento das chuvas.
Segundo as informações, o descarte irregular nas ruas, praças e córregos, além da ausência de coleta adequada para 195 mil pessoas na Grande São Paulo, compromete o sistema de drenagem, intensifica enchentes e alagamentos.
“As chuvas torrenciais lavam o solo e carregam resíduos para bueiros, entupindo galerias e aumentando os alagamentos. Além disso, a decomposição do lixo polui os rios e reduz a capacidade de drenagem da bacia”, explica Helder Nocko, um dos responsáveis pelo estudo.
Para se ter uma ideia, de acordo com a Prefeitura de SP, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) recolheu 77 mil toneladas de lixo flutuante ao longo dos 25 km do rio Pinheiros desde janeiro de 2023 a um custo de R$ 140 milhões. Já o programa de desassoreamento do rio Tietê, que busca aumentar a absorção das chuvas, recebeu R$ 434 milhões em investimentos.
Especialistas defendem que a instalação de ecobarreiras em córregos pode reduzir a quantidade de resíduos nos rios da Bacia do Alto Tietê. Além disso, melhorias no sistema de coleta de lixo são fundamentais para evitar que resíduos descartados inadequadamente acabem nas águas.
Atualmente, contêineres insuficientes em algumas comunidades fazem com que o lixo fique espalhado e seja levado pela chuva.
A conscientização da população também é fundamental. Com o agravamento das chuvas devido às mudanças climáticas, especialistas alertam para a necessidade de soluções integradas entre prefeituras e a sociedade para minimizar os impactos das enchentes e da poluição.
“A intensificação das chuvas torna ainda mais urgente a necessidade de soluções integradas, envolvendo prefeituras e a sociedade”, alerta Solange Wuo Franco, diretora de fiscalização ambiental de Suzano e coordenadora da Câmara Técnica de Gestão Ambiental do Condemat+ (Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê).
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