Detalhe do caminhão de coleta dos Resíduos dos Serviços de Saúde. Foto: Recicla Sampa
08 de Junho de 2021,09h00
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São Paulo é uma das maiores cidades do mundo e dos seus 12 milhões de habitantes, aproximadamente sete milhões dependem exclusivamente do Sistema SUS, que segundo dados da SP Regula gera milhares de toneladas de Resíduos de Serviços de Saúde todos os anos.
Além disso, existem os hospitais e os estabelecimentos particulares de saúde espalhados pelos quatro cantos da capital. De acordo com um levantamento da Prefeitura de São Paulo, os cerca de 27 mil estabelecimentos cadastrados geraram quase 46 mil toneladas de RSS em 2020. Esses resíduos são extremamente perigosos e podem prejudicar a saúde da população, além de contaminar o meio ambiente.
Para atender toda essa demanda, evitar problemas sanitários e ambientais, e estar em conformidade com a legislação, a cidade conta com um amplo e moderno sistema de coleta, transporte e destinação correta dos Resíduos de Serviços de Saúde. O trabalho é realizado por duas concessionárias: a Loga e a Ecourbis, que também são responsáveis pela coleta domiciliar da capital.
Para entender como funciona essa importante prestação de serviço, é preciso explicar que os estabelecimentos são divididos em dois grupos: grandes e pequenos geradores. Grandes geradores são, em geral, os hospitais e isso inclui também os hospitais veterinários.
Pequenos geradores são as farmácias, clínicas médicas, odontológicas e veterinárias, os centros de saúde, clínicas de acupuntura, tatuadores, laboratórios, ambulatórios, alguns tipos de centros estéticos, prontos-socorros e casas de saúde, além dos equipamentos públicos, como as UBSs, entre outros estabelecimentos como empresas distribuidoras de produtos farmacêuticos e casas de repouso.
Outro ponto que merece destaque é a classificação dos diferentes resíduos de saúde. Cada um demanda uma conduta específica para evitar acidentes e problemas ambientais durante os processos de segregação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final.
A Anvisa classifica os RSS em cinco grupos que vão do A ao E, tendo o A subgrupos que vão do 1 ao 5. Cada um dos grupos tem uma simbologia e deve ser descartado, coletado e tratado de forma específica. Todos os grupos são destinados ao tratamento antes de serem descartados nos aterros, alguns por autoclave, outros por incineração.
Clique aqui e conheça cada um dos grupos
Uma vez coletados nos grandes e pequenos geradores, os resíduos dos grupos A2, A3 e B são incinerados. A outra parte dos RSS é destinada à Unidade de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde (UTRSS) da EcoUrbis e à Central de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde Marcus Silva Araujo (CTRSS), administrada pela Loga. Os estabelecimentos estão devidamente licenciados pelos órgãos ambientais, assim como os aterros sanitários que recebem a destinação final dos resíduos tratados e incinerados.
Assim que os resíduos de saúde chegam nessas centrais, são submetidos a um tratamento térmico com equipamentos de autoclave. Durante o processo, há a combinação de quatro variáveis: temperatura, pressão, tempo de residência, além do contato ou penetração do vapor na massa de resíduo. Dessa forma, o material é exposto ao calor extremo (até 150ºC), à umidade e à alta pressão por um período de tempo suficiente para eliminar os microrganismos patógenos e reduzir a carga microbiana.
Segundo a Prefeitura, a tecnologia de tratamento por autoclave assegura altos níveis de inativação microbiana (nível III), estabelecidos pela legislação brasileira, internacionalmente reconhecidos. Ou seja, o material é descontaminado, descaracterizado, triturado. Esse procedimento reduz o volume de resíduos e contribui com o meio ambiente, ao ampliar a vida útil dos aterros, destino final dos RSS.
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