08 de Marco de 2022,16h00
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Nascido e criado numa família de duas gerações de agentes ambientais, popularmente conhecidos como catadores de lixo reciclável, Alexandro Cardoso apresentou no último dia 25 de fevereiro seu Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Aos 42 anos, Alex, como é conhecido pelo pessoal da coleta, ainda publicou no fim do ano passado um livro, Do Lixo a Bixo: A Cultura dos Estudos e o Tripé de Sustentação da Vida, onde conta sua história de resiliência e superação.
Um dos fundadores do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), o cientista social abandonou os estudos para trabalhar na rua quando estava na quinta série.
Batalhador e perseverante, seguiu firme numa trajetória de ascensão e depois de se transformar em um palestrante reconhecido no Brasil e no mundo, decidiu voltar para a escola.
Em 2015, recomeçou a vida nas salas de aula e completou o Ensino Fundamental e o Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2018, fez um cursinho popular e foi aprovado na UFRGS.
Pai de quatro filhos e avô de duas netas, Alex agora quer fortalecer sua luta para ampliar os horizontes dos agentes ambientais.
“A minha infância e minhas brincadeiras foram no meio da reciclagem. Eu brincava de separar material e de varrer o pátio. Aprendi com meus pais dentro daquele processo, mas não deixei de ser criança”, recorda Alex em entrevista ao portal GZH.
“A catação, hoje, ainda enfrenta a exclusão. Mas, antigamente, era pior porque era criminalizada. Quem trabalhava com catação era o primeiro a ser apontado como criminoso. Estas transformações foram me moldando. Tem sido uma vida pulsante, de muito sofrimento e muita pobreza, mas não uma vida pobre. Minha vida é rica em lutas e conquistas. A cada pequena conquista há uma grande comemoração porque dou valor a cada pequeno passo”, finaliza o agente ambiental.
Texto produzido em 8/3/2022
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