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"A profissão mudou minha vida", dizem trabalhadores no Dia do Coletor

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Profissionais são indispensáveis para saúde pública, sustentabilidade e qualidade de vida da população. Foto: Divulgação / Loga

Coletar os resíduos em uma megalópole como São Paulo não é uma tarefa fácil, já que diariamente a população gera aproximadamente 12 mil toneladas de lixo, o equivalente a 3,6 milhões de toneladas por ano. Geralmente, acordados desde às 5h da manhã ou até antes, milhares de profissionais garantem o recolhimento desses materiais pela cidade: os coletores de resíduos. O 20 de setembro foi a data escolhida para lembrar desses profissionais, que muitas vezes trabalham de modo silencioso pelas ruas de São Paulo atuando de maneira indispensável para saúde pública, sustentabilidade e qualidade de vida da população.

Percorrer mais de 1.5221 km² de área da maior cidade do país não é para qualquer profissão. Todos os dias, José de Nazaré, de 49 anos, funcionário da Loga, concessionária responsável pela coleta de resíduos da região Noroeste da capital, circula entre 10 a 15 km recolhendo materiais deixados pelos moradores de Pirituba, bairro da zona Norte do município.

A rotina de José é intensa. Ele acorda às 5h da manhã, pega o trem na região do Piqueri, na zona Norte, e segue até o trabalho. Às 6h20, já está uniformizado e rumando com o caminhão de coleta de lixo domiciliar pelas ruas. Animado, o profissional conta que foi por meio do trabalho como coletor da Loga que sua vida mudou e realizou seu grande sonho: a alfabetização.  

Depois do expediente, José frequenta uma escola de educação continuada que fica dentro da Loga. “Iniciei meus estudos em 2014 e tive que começar do zero”, conta. Com o apoio da família e da empresa, o colaborador diz que após aprender a ler, deixou de ser uma pessoa “cega”.

“Quando não sabemos ler e nem escrever, nós temos uma cegueira cultural. As outras pessoas que são nossos olhos. Às vezes, eu precisava preencher uma ficha no trabalho e levava o documento para casa para minha esposa ler e escrever para mim”, disse o coletor.

Com o sonho realizado, a leitura beneficiou José, principalmente, em seu dia a dia no trabalho. “Tem morador que é cuidadoso conosco e escreve na sacola com letras grandes: VIDRO QUEBRADO. Antes, para mim, era só um pedaço de papel, agora, eu leio e tomo mais cuidado ao carregar o saco”, explicou.

Hoje, ele cursa o ensino fundamental e não pretende parar por aí. Quer fazer faculdade e deseja cursar algo ligado ao meio ambiente, já que todos os dias colabora com a sustentabilidade da cidade. “Sei que tenho muitas etapas para percorrer, mas devagar, eu chego ao meu objetivo”, finalizou.

Mudança de vida

Assim como José, Fabiana Honória da Silva, 40 anos, viu sua vida mudar após ser contratada pela EcoUrbis, concessionária que faz a coleta de resíduos nas regiões Leste e Sul da capital, como coletora de materiais recicláveis há quatro anos.

Cansada de ser dona de casa, foi por meio de uma sobrinha que ela se interessou pela profissão. “Até hoje, ser uma pessoa do lar, é uma função desvalorizada. Eu estava cansada disso e queria mudar minha vida”, contou.

E mudou. Hoje, Fabiana percorre as ruas da Vila Mariana, bairro da zona centro-sul da cidade e sente-se valorizada e realizada profissionalmente.

“Muitas vezes sou parada na rua porque as pessoas me pedem dicas de como separar o lixo”, disse Fabiana.

Ela conta que seu trabalho é elogiado pelos moradores devido ao fato de estar coletando os materiais recicláveis deles e também por ser uma função que consideram pesada. “Eu acho que é raro ver mulher atrás do caminhão recolhendo resíduos, então eles falam que isso é algo fora do comum”, conta.

O que muita gente não sabe é que agora o grande sonho da profissional é se tornar motorista do caminhão da coleta. “Se eles já acham atípico eu fazer a coleta, imagina quando eu estiver dirigindo”, disse.  

Porém, o mais importante para Fabiana é saber que seu papel como agente ativa é fundamental para mudar o cenário ambiental da cidade. “Sei que meu trabalho ajuda na sustentabilidade da cidade e não vou medir esforços para isso”, conta orgulhosa.

Texto produzido em 20/09/2019


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