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Aluguéis de malas de viagem podem ajudar a repensar modo de consumo

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A alternativa é bem-vinda, principalmente nas grandes cidades, já que cada vez mais os apartamentos e casas não possuem espaço para guardar itens tão grandes. Foto: Piqsels.com

Repensar seu modo de consumo também é uma forma de gerar menos lixo e inovar na forma de utilizar os produtos. Em vez de comprar itens, por que não alugá-los? Esse tipo de cultura deu surgimento a novos modelos de negócios, como o aluguel de malas para viagem.

Em São Paulo, o casal paulista Domingos Coppio, 54, e Rosângela Casseano, 52, apostou nesse nicho inédito no Brasil. A ideia veio de uma empresa americana chamada Zylok. “Eles alugam todo tipo de produto, mas queríamos focar apenas em um e decidimos que seriam malas de viagem”.

Então, surgiu a plataforma “Rent a Bag”, que está no mercado desde 2014. Domingos que já era analista de sistemas usou seu conhecimento e experiência para conectar o produto ao consumidor e contou com um aporte de um investidor.

A alternativa é bem-vinda, principalmente nas grandes cidades, já que cada vez mais os apartamentos e casas não possuem espaço para guardar itens tão grandes.

“Você não precisa mais usar espaços importantes no armário da sua casa para ter algo que fica a maior parte do ano sem uso”, explica Coppio.

Sem falar que por serem geralmente feitas de plástico, quando descartadas as malas são de difícil reciclagem.

Para alugar é muito simples. Os clientes procuram a empresa pelo site, e-mail ou telefone de contato e ela entrega a mala antes da viagem e faz a retirada depois. Os preços dos serviços vão desde a categoria econômica até a premium.

A última invenção do casal foi a Wine Bag, uma mala que contém um forro de espuma com formato de vinho para transportar as mercadorias. “Muitos clientes que viajam e compram bebidas vieram nos perguntar se tínhamos esse tipo de produto, então pesquisamos e criamos esse item inovador que garante proteção no transporte”.

Hoje, a empresa já conta com serviços na Bahia, Piauí, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Só no ano passado, a rede faturou cerca de 240 mil reais com o negócio.

Minas Gerais

Em Belo Horizonte, Tiago Botelho, 36, também lançou um serviço de aluguéis de mala, a Get Malas. O negócio que funciona desde 2013, no começo, teve apenas duas saídas do produto. “Era algo completamente desconhecido no país”.

Hoje, a realidade é diferente. A empresa conta com 23 unidades parceiras, está presente em mais de 12 estados e costuma alugar mais de 400 malas por mês. “Nossos pontos de locação são empreendedores que investem na compra de malas e usam o know how da Get Malas para fazer a conexão entre eles e o cliente. Temos potencial para locar cerca de 1.200 produtos mensalmente”.

Todo atendimento ao cliente é remoto, pelo site a pessoa escolhe o modelo ideal, cor e tamanho. O prazo mínimo para ficar com o produto são sete dias e não há prazo máximo para entrega.

Por ano, uma mesma bagagem pode ter passado por aproximadamente 15 consumidores. “Isso é ambientalmente correto. Acredito que o compartilhamento de itens é o futuro, nos faz repensar nossa forma de consumo e pode salvar o planeta”, finaliza Botelho.

Tendência mundial

O economista Fábio Punsuvo explica que serviços de aluguéis de produtos será uma tendência mundial. “O que está ocorrendo é um processo de migração onde a economia de propriedade de bens materiais está caminhando para outra de posse momentânea”.

Esse movimento está presente também em outros segmentos, como espaços compartilhados de trabalho (coworkings), aluguéis de motos, bicicletas e carros. “Já existem montadoras de veículos que estão olhando para esse mercado e produzindo carros para o cliente ter uma experiência com a marca e não mais sendo fabricados para posse”, contou.

O especialista acredita que, no Brasil, a economia de propriedade de bens ainda é uma realidade forte, por isso que negócios como aluguéis de malas e outros tipos de produtos ainda podem enfrentar certa resistência.

Nos Estados Unidos, por exemplo, como as pessoas mudam muito de casa em razão do trabalho e o aluguel é algo muito comum, então essa cultura da posse momentânea é mais fácil de ser acolhida.

"Comparando com o Brasil, nós ainda temos a propriedade do espaço da nossa casa, então ainda estamos nos adaptando a esses serviços de aluguel das coisas".

Quanto ao meio ambiente, o aluguel de produtos gera menos consumo, já que o item será diversas vezes compartilhado. Isso gera uma reação em cadeia, consumindo menos e compartilhando o mesmo item, fabrica-se menos mercadorias. "Os fabricantes precisam ficar de olho nesse novo nicho de negócio que tem potencial para ser o futuro".

Texto produzido em 06/03/2020.


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