10 de Abril de 2023,15h00
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Cada brasileiro gerou 64 quilos de lixo plástico no ano passado, é o que revela o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, organizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Em números absolutos, são 13,7 milhões de toneladas de resíduos plásticos gerados em 12 meses, boa parte deles de uso único, aqueles com pouquíssimo tempo de uso e séculos de impacto ambiental.
Ainda de acordo com a pesquisa, o resíduo plástico é o tipo de poluente mais encontrado nos oceanos e rios do planeta, sendo responsável por 48,5% dos materiais descartados incorretamente nos mares.
“Os dados mais recentes mostram que cerca de 22 milhões de toneladas de plásticos vazam para o meio ambiente a cada ano em todo o mundo, e uma parte considerável desses materiais tem os oceanos como destino”, informa Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe e presidente da International Solid Waste Association.
No Brasil, segundo a Abrelpe, mais de três milhões de toneladas de resíduos sólidos vão parar nos rios e mares todos os anos, quantidade suficiente para cobrir mais de sete mil campos de futebol.
E cerca de 80% desses resíduos vêm de atividades humanas desenvolvidas no continente, seja no litoral ou em regiões onde correm rios que deságuam em ambientes marinhos.
“A melhor solução para o problema do lixo no mar reside justamente no aperfeiçoamento dos sistemas e infraestruturas de limpeza urbana nas cidades, que deve ocorrer com programas permanentes de educação ambiental implementados em todas as camadas da população”, opina Silva Filho.
A quinta sessão da Assembleia do Meio Ambiente da ONU, em Nairóbi, capital do Quênia, aprovou em março de 2022 uma resolução para acabar com a poluição plástica globalmente.
Em dezembro do ano passado, representantes de governos, do setor privado e da sociedade civil do mundo inteiro reuniram-se no Uruguai na primeira reunião para desenvolver esse instrumento internacional.
E recentemente, a área de notícias do site da ONU publicou um texto onde informa que há chances reais do prazo inicial (2024) para o lançamento do documento ser cumprido. A resolução, juridicamente vinculativa, aborda o ciclo de vida completo do plástico, necessário para enfrentar a crescente crise de poluição por esse tipo de material.
O documento reconhece ainda a contribuição significativa dos trabalhadores informais e cooperativas de reciclagem. Por isso, foi formado o Grupo de Amigos dos Catadores de Materiais Recicláveis.
O Grupo é um órgão voluntário formado por representantes dos estados membros e vai garantir que as vozes dos catadores sejam ouvidas nas negociações.
O tratado ainda vai incluir uma série de disposições técnicas, como promover a produção e o consumo sustentáveis de plásticos, desde o design do produto até a gestão ambientalmente correta de resíduos, por meio da eficiência de recursos e abordagens de economia circular seguras e justas.
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