02 de Dezembro de 2022,12h00
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Representantes de governos, do setor privado e da sociedade civil do mundo inteiro estão reunidos no Uruguai para desenvolver um instrumento internacional que busca acabar com a poluição plástica globalmente.
Previsto para ser lançado em 2024, tudo indica que será um documento amplo e juridicamente vinculativo, que não se restringiria apenas a promover a reciclagem e a coleta do que já existe de lixo plástico no mundo, mas também incluiria restrições à sua fabricação.
Especialistas ouvidos pelo New York Times afirmam que esse é o tratado mais importante desde o Acordo de Paris em 2015, quando houve consenso em reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
A primeira sessão deste Comitê Intergovernamental de Negociação (INC-1) começa nove meses depois que representantes de 175 países aprovaram uma resolução histórica em Nairóbi, Quênia. O evento reuniu quase cinco mil pessoas, 3.400 presencialmente.
Um estudo divulgado recentemente pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apontou que apenas 9% dos 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos do mundo foram reciclados em 2019.
Ainda de acordo com os dados da pesquisa, das 460 milhões de toneladas produzidas em 2019 no mundo, 353 milhões acabaram nos aterros sanitários ou na natureza. Se nada for feito, dizem os especialistas, esse número deve triplicar até 2060.
"No INC-1, podemos lançar as bases necessárias para implementar uma abordagem de ciclo de vida à poluição plástica, o que contribuiria significativamente para acabar com a tripla crise planetária da mudança climática, da perda da natureza e da biodiversidade, e da poluição e resíduos", diz Jyoti Mathur-Filipp, secretária executiva do INC.
Segundo um relatório do PNUMA, uma abordagem de ciclo de vida pode reduzir o volume de plásticos que entram no oceano em mais de 80% e poupar aos governos US$ 70 bilhões até 2040.
Também pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 25%, contribuindo para as metas do Acordo de Paris, além de criar 700 mil empregos diretos.
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