06 de Julho de 2021,10h00
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Estimativas da ONU indicam que em 2021 cada pessoa no planeta produzirá em média 7,6 kg de lixo eletrônico, o que significa que massivos 57,4 milhões de toneladas de resíduos serão gerados e descartados nos quatro cantos do mundo nos próximos doze meses.
De acordo com o WEEE Forum, apenas 17% de todo esse eletrolixo será devidamente coletado, tratado e reciclado e apesar de já existirem muitas iniciativas que buscam enfrentar esse problema complexo, nenhuma será eficaz sem a educação e conscientização dos consumidores.
A verdade é que a pandemia do Coronavirus teve um efeito perceptível em nosso cotidiano, cada vez mais dependente de tecnologias digitais, com as pessoas contando com recursos eletrônicos para praticamente tudo: consumo, educação, trabalho e relações pessoais.
Segundo dados da empresa brasileira de inteligência de mercado Compre & Confie, o faturamento do setor de notebooks no comércio eletrônico no Brasil foi de 2,1 bilhões de reais entre os meses de março e junho de 2020, um crescimento de 85,2% em relação ao mesmo período em 2019.
Já uma pesquisa da Criteo, empresa de tecnologia global que fornece publicidade aos profissionais de marketing, comparou os números de 15 a 28 de fevereiro de 2021 com o mesmo período em 2020, antes de começarem as medidas restritivas. As informações, publicadas na Exame, indicam um aumento de aproximadamente 600% nas vendas de laptops.
Diante esses números, ficou ainda mais importante sensibilizar e informar a população sobre os programas de logística reversa voltados ao lixo eletrônico e inseridos no contexto da economia circular.
“Educação e conscientização são ferramentas poderosas para prevenir o desperdício e impulsionar a coleta e o tratamento adequado dos resíduos. Se você precisa escalar uma montanha, você precisa das ferramentas certas”, argumentou Virginijus Sinkevi, Comissário da União Europeia para o Meio Ambiente
E se os produtos de hoje se tornassem os recursos de amanhã? Essa é a pergunta que a economia circular procura responder. Imagine a lâmpada que oferece luz na sua casa: ela passa por um processo de produção, depois de consumo e, por fim, é descartada em um aterro sanitário, seguindo a lógica da economia linear.
A proposta desse novo modelo econômico é que essa lâmpada retorne ao seu produtor e que seja reaproveitada de alguma maneira, evitando assim a geração de resíduos e o impacto ambiental.
Em resumo, o objetivo da economia circular é gerar uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, ou seja, manter produtos, componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor, dentro de um escopo econômico de desenvolvimento sustentável.
Desde 2010, quando foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a logística reversa passou a ser uma realidade nas empresas brasileiras. Mas o que é a logística reversa e porque ela é tão importante no contexto da reciclagem de lixo e no impacto dos resíduos no meio ambiente?
Bom, de acordo com o texto da Lei Federal 12.305/2010, a logística reversa é um conjunto de ações destinadas a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação final ambientalmente adequada.
Na prática, a logística reversa promove a coleta, o reuso, a reciclagem, o tratamento e a disposição final dos resíduos após o consumo dos produtos.
Ou seja, está diretamente vinculada à responsabilidade das empresas pelas embalagens onde seus produtos são vendidos.
Consolidada em diferentes regiões do mundo, com destaque na Europa, essa importante prática vem ganhando espaço e adeptos a cada ano no Brasil.
Além do projeto da Green Eletron e dos pontos de descarte oferecidos pela Prefeitura, a cidade de São Paulo abriga uma iniciativa que recicla eletroeletrônicos. É a Coopermiti, referência brasileira em logística reversa do setor.
"É muito comum as pessoas associarem lixo eletrônico só com computador e com celular. Esquecem que secador de cabelo, liquidificadores e sanduicheiras são lixos e-lixos também. Tudo que funciona com eletricidade, inclusive com pilhas e baterias, entram nessa categoria”, explica Alexandre Luiz Pereira, presidente e idealizador da cooperativa de materiais eletrônicos.
Confira os pontos de descarte de lixo eletrônico na capital paulista e faça sua parte!
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