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Cooperativa Filadelphia: as mulheres na linha de frente da reciclagem

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Iniciativa formada só por cooperadas está prestes a ser regularizada pela Prefeitura de SP. Foto: ReciclaSampa

Depois de enfrentar todas as dificuldades possíveis, incluindo as impostas pela pandemia, a Cooperativa Filadelphia está próxima de obter sua regularização junto à Prefeitura de São Paulo.

Quase toda a documentação necessária já está pronta e a expectativa é que a inclusão como organização conveniada seja feita no próximo edital do Programa Socioambiental de Coleta Seletiva.

Com quase doze anos de história, a iniciativa é formada exclusivamente por mulheres, que aprenderam na prática os benefícios do cooperativismo, baseado na solidariedade, e entenderam sua importância como agentes ambientais para o bom funcionamento da cidade e para a construção de um futuro sustentável.

Atualmente, a equipe da Filadelphia, que está localizada no Jardim Cinco de Julho, zona leste da capital, faz a triagem de aproximadamente 40 toneladas de lixo reciclável todos os meses, mas tem capacidade de operar muito mais.

O espaço e as profissionais que ocupam as diferentes funções na triagem e prensa do lixo reciclável que passa pelas esteiras da cooperativa são um exemplo de empoderamento feminino e representam o protagonismo da mulherada no setor da reciclagem.

Segundo levantamento do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), são cerca de 800 mil agentes ambientais no Brasil e aproximadamente 70% desses profissionais são mulheres, muitas delas trabalhadoras em situação de vulnerabilidade.

"A mulher não tem nada de frágil. As cooperadas se ajudam tanto nas tarefas laborais quanto nas questões da vida pessoal. A Filadelphia se tornou uma família para mim", conta Vanessa de Souza, presidente da cooperativa, em entrevista para o Estadão.

COMO FUNCIONAM AS COOPERATIVAS

Ao ser descartado corretamente e coletado pelos caminhões das concessionárias ou pelos agentes ambientais, o lixo reciclável é encaminhado às Centrais Mecanizadas de Triagem ou às esteiras das cooperativas, onde o trabalho é feito de forma manual.

Nesses espaços, o lixo reciclável é separado em suas diferentes categorias: plástico, vidro, papel colorido, papel branco, papelão, jornais, entre outros. O processo de separação é complexo e é preciso atenção redobrada e equipamentos adequados para evitar acidentes.

Feito esse procedimento, os sacos com cada tipo de resíduo vão para a fase de prensagem, onde uma máquina compacta os materiais para facilitar o transporte.

A última etapa é a venda às empresas especializadas, onde o lixo reciclável será transformado em matéria-prima e reinserido no contexto da Economia Circular.

Importante destacar que o conceito de cooperativismo não tem finalidade lucrativa. Todo o lucro é distribuído igualmente entre os associados.

Texto produzido em 19/4/2022


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