28 de Maio de 2021,10h00
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As Nações Unidas e a Organização Internacional do Trabalho alertaram recentemente que as atuais 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico, conhecido como e-lixo ou eletrolixo, geradas a cada ano mais que dobrarão até 2050, tornando-se o fluxo de resíduos que mais cresce no mundo.
Ao comentar esse dado alarmante, o presidente e fundador da Global Recycling Foundation, Ranjit Baxi, afirmou que é urgente conter a maré de milhões de smartphones e outros resíduos eletrônicos como geladeiras, TVs, micro-ondas e monitores descartados incorretamente nos quatro cantos do planeta.
“O problema não são apenas os itens em si, mas todos os seus componentes, os metais preciosos insubstituíveis e materiais nocivos para o meio ambiente e a saúde pública como baterias de íon-lítio, chumbo, mercúrio e outros produtos químicos usados na sua fabricação. Esses produtos precisam ser destinados à reciclagem”, alertou Baxi.
Para piorar, dados da fundação indicam que milhares de contêineres de lixo plástico e eletrônico são “exportados” anualmente para países do terceiro mundo que já não têm condições de lidar com as montanhas de resíduos que chegam a seus portos todos os meses.
Ainda segundo a Global Recycling Foundation, apenas dez milhões de toneladas de lixo eletrônico são recicladas anualmente. O número representa aproximadamente 20% de tudo o que é descartado. Esse desperdício gera uma perda avaliada em mais de US$ 55 bilhões em metais não recuperados e um impacto ambiental violento.
Todos esses metais não reaproveitados são descartados nos aterros sanitários, no meio ambiente ou são incinerados. A queima de lixo eletrônico produz a emissão anual de mais de 100 milhões de toneladas de CO2 e os especialistas pedem sua interrupção imediata.
Presidente do Bureau of International Recycling (BIR), Tom Bird destaca a necessidade de ampliar o volume de reciclagem do eletrolixo no contexto dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU até 2030.
“Precisamos promover a reciclagem dos volumes do e-lixo rapidamente para gerar um sétimo recurso valioso como matéria-prima para a indústria, ajudando a cumprir os objetivos da ODS e a frear as mudanças climáticas”, afirma Tom.
Eletrolixo em SP
Além do projeto da Green Eletron e dos pontos de descarte oferecidos pela Prefeitura, a cidade de São Paulo abriga uma iniciativa que recicla eletroeletrônicos. É a Coopermiti, uma das principais referências brasileiras na área da logística reversa no setor.
“Fomos a primeira cooperativa brasileira a ter licenciamento ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para receber os equipamentos e desmontá-los para a reciclagem”, explica Alexandre Luiz Pereira, presidente e idealizador da cooperativa de materiais eletrônicos.
"É muito comum as pessoas associarem lixo eletrônico só com computador e com celular. Esquecem que secador de cabelo, liquidificadores e sanduicheiras são lixos e-lixos também. Tudo que funciona com eletricidade, inclusive com pilhas e baterias, entram nessa categoria", completa Alexandre.
Caso você tenha em sua casa aparelhos eletrônicos que precisam ser descartados, não deixe de procurar a Coopermiti, que fica na rua João Rudge, 366, Casa Verde Baixa, zona Norte da cidade.
Confira os pontos de descarte de lixo eletrônico na capital paulista e faça sua parte!
Texto produzido em 28/05/2021
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