26 de Agosto de 2021,18h00
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Muita gente já sabe, mas é sempre bom lembrar: absorventes íntimos internos e externos tradicionais são extremamente prejudiciais ao meio ambiente, principalmente por serem muito difíceis de reciclar. Mas porquê eles são tão insustentáveis? Bom, vamos lá.
Quando consideramos que uma mulher tem um ciclo menstrual dos 11 aos 54 anos, em toda a sua vida ela usará mais de 130 quilos de absorventes. Ou seja, durante um ano, em média, uma brasileira descarta três quilos deste tipo de resíduo.
E todo esse volume de lixo tem dois destinos: meio ambiente e aterros sanitários. Em ambos os casos, pesquisas indicam que eles demoram pelo menos 400 anos para se decompor. Afinal, eles são fabricados basicamente de plásticos.
A utilização dos absorventes remonta aos anos 1960, quando ele se popularizou mundialmente. Desde então, o design da versão externa começou a incorporar o polipropileno ou polietileno fino, usado para conter vazamentos, e os adesivos termoplásticos permitiram que o produto pudesse ser preso às roupas íntimas.
A versão interna sofreu influência no seu desenvolvimento de questões morais. Para evitar que a mulher entrasse em contato com os seus órgãos genitais, foi desenvolvido um aplicador feito de plástico para colocar o produto de forma mais recatada e higiênica.
Entretanto, não é apenas o aplicador que é feito de plástico. Alguns absorventes também possuem o material na própria parte absorvente, além de uma camada fina que ajuda a manter a peça de algodão compactada. Isso sem contar os que ainda vêm com uma cordinha de poliéster ou polipropileno.
Some tudo isso ao contexto da sociedade de consumo do século XX, onde os fabricantes buscavam produzir itens descartáveis propositadamente para que os consumidores fizessem compras recorrentes e pronto, temos um exemplo clássico da cultura do “comprar, usar, descartar”.
No Brasil, ainda não é possível reciclar absorventes, mas já existem boas iniciativas em alguns países desenvolvidos. Um pioneiro nessa área é o Reino Unido com a Knowaste, usina de reciclagem especializada. A empresa transforma o produto em madeiras sintética ou telhas plásticas.
Agora que a gente já explicou o tamanho do impacto ambiental dos absorventes descartáveis, você deve estar se perguntando: beleza, mas o que eu uso para substituir e quais as opções sustentáveis?
Calma! O Recicla Sampa te ajuda. Separamos algumas dicas de produtos e opções sustentáveis.
Os coletores menstruais são feitos de silicone e usados internamente para coletar o sangue. A grande vantagem é que podem ser reutilizáveis, basta lavá-los e higienizá-los. Existe uma diversidade de tamanhos que se encaixam nos mais diversos tipos de corpos e fluxos. No Brasil, você encontra esses produtos nos sites da Violeta Cup, Inciclo e Korui.
As calcinhas absorventes são iguais às tradicionais, porém com fibras naturais que ajudam a absorver o sangue. Estão disponíveis em diversos tamanhos e com diferentes capacidades de contenção do fluxo. Depois de utilizadas, podem ser lavadas normalmente. No Brasil, você encontra esses produtos nos sites da Pantys, Hope e Violeta Cup.
Os absorventes menstruais de pano reutilizável são parecidos com os antigos panos utilizados pelas mulheres, mas com um diferencial: tecido com maior poder de absorção e abas com abotoaduras que se firmam nas calcinhas. Eles também podem ser lavados para serem reutilizados. No Brasil, você encontra esses produtos nos sites da Ekological, Agora sou ECO e Korui.
Os absorventes orgânicos e biodegradáveis se decompõem em apenas seis meses após o descarte. Eles são formados de algodão orgânico, que passa por um processo produtivo que não leva agrotóxicos, pesticidas e químicos nocivos para o meio ambiente. Trata-se de uma opção recente em território nacional. Por enquanto, apenas a Pantys tem o produto disponível no seu site.
Texto produzido em 26/8/2021
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