Recicla Sampa - Entenda por que maioria das roupas ainda não é reciclada
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Entenda por que maioria das roupas ainda não é reciclada

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Reciclagem de roupas é possível, mas composição das peças impede reciclabilidade. Foto: smirart / shutterstock.com

Pesquisas indicam que aproximadamente 100 bilhões de itens de vestuário são produzidos globalmente todos os anos e mais de 60% dessas roupas acabam no lixo em no máximo 12 meses.

Para se ter uma noção do impacto do fast fashion, de todo esse volume, apenas 1% é reciclado e transformado em novas peças.

De acordo com a ONU, a indústria da moda é responsável por até 10% das emissões globais de gases do efeito estufa na atmosfera.

Até 2030, as estimativas são de 134 milhões de toneladas de resíduos têxteis descartados a cada ano.

E embora iniciativas de caridade, bancos de coleta de tecidos e programas de logística reversa de varejistas ajudem a circularidade do setor, a capacidade de reciclar roupas - no mundo todo - ainda é muito limitada.

Mas por que reciclar roupas é tão difícil?

Mais do que simplesmente comercial, a questão da reciclagem de roupas é técnica, e o principal problema é a composição das peças.  

A maioria dos itens é fabricada em uma mistura de tecidos, sendo o poliéster predominante, respondendo por 54% da produção global total de fibras.

O algodão vem em segundo lugar, com uma participação de mercado de aproximadamente 22%. Os dados são da ONG Textile Exchange global.  

A razão para a prevalência do poliéster é o baixo custo das fibras sintéticas com origem fóssil. O quilo custa metade do cobrado pelo algodão, fato que faz dele o preferido do fast fashion.

E apesar da indústria de plásticos já ser capaz de decompor o poliéster em seu estado mais puro (PET), a natureza mista dos resíduos têxteis tornou desafiador reciclar uma fibra sem degradar a outra.

Ou seja, não há reciclabilidade em escala mundial para o tipo de tecido mais utilizado pelo setor têxtil.

“O atual modelo do mercado de moda usa grandes volumes de recursos não renováveis em seus processos de produção, incluindo petróleo, pressiona a extração de recursos valiosos, degrada os ecossistemas, cria impactos sociais em escala global”, lamenta Chetna Prajapati, que estuda maneiras de fazer têxteis sustentáveis ​​na Universidade de Loughborough, Reino Unido.

Então o que fazer?

Já existem algumas iniciativas bem promissoras no mundo, mas todas ainda dão os primeiros passos. No momento, o que podemos fazer é repensar nossos hábitos de consumo e recusar a todo custo produtos do fast fashion.

Sabemos que muitas vezes a questão do preço fala mais alto e que parte da população escolhe esses itens não por opção, mas por falta de recursos para comprar roupas mais caras e duráveis.

Mas se não for esse o seu caso, repense e recuse!

Vale sempre lembrar que roupas descartadas no lixo reciclável acabam sempre nos aterros sanitários.

Portanto, se não der para doar ou para reutilizar de alguma forma, que é o ideal, encontre um ponto de coleta específico.

Clique aqui e conheça iniciativas para o descarte de tecidos na cidade de São Paulo


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