22 de Marco de 2019,12h00
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No evento, não só as grandes empresas foram citadas. Helen Camargo de Almeida, responsável pela área de sustentabilidade do Sebrae e que debateu em outra roda de conversa, disse que os grandes empresários, que já entraram na onda da sustentabilidade, são um incentivo para os micros, pequenos e médios empreendedores. Ela trouxe um caso de lavanderias que fazem captação de água de chuva e usam produtos que não agridem a natureza. A profissional revelou que há pouco tempo nem se pensava em abrir um pequeno negócio já pensando na sustentabilidade como base.
“Hoje as pequenas empresas querem surfar nessa onda verde, assim como os grandes empresários já fazem. Ninguém quer ficar de foraâ€Â, analisou.
Alguns grandes empresários procuram Suzana Machado Pádua, presidente do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), uma das maiores Ongs de pesquisas sobre a natureza do Brasil, para implantar a sustentabilidade em suas companhias. “Uma marca de chinelos brasileira famosa tem o nome do IPÊ no produto e 7% das vendas vão para as nossas pesquisas ambientaisâ€Â, contou.
Na mesma sessão de debates, Alexandre Alves, da Inseed Investimentos, deu sua visão de investidor em projetos ambientais. Para ele, a maior dificuldade é se adequar àburocracia do governo para assuntos dessa área, mas ressaltou que o Brasil tem muito potencial para aliar a sustentabilidade a grandes projetos.
Foi o que observou a representante da União Europeia (UE) por meio do projeto Carbon Business Action Brazil, a espanhola Mercedez Blázquez Garcia-Ibarrola.
“Aqui é muito rico em biogás, biomassa e outras formas naturais para solucionar a emissão de gases poluentesâ€Â, disse.
Mercedez está no Brasil produzindo pesquisas de soluções ambientais que podem ser aplicadas na UE. Ela mostrou que UE e Brasil têm muitos assuntos em comum, inclusive entre São Paulo e Madrid, em relação àpoluição dos rios Tietê e Pinheiros. “Nós também tínhamos um rio muito poluído em Madrid (rio Manzanares) e conseguimos despoluí-lo. Dá até para ver do outro lado da cidade. Acredito que é possível deixar os rios de São Paulo limposâ€Â, avaliou.
Renato Saraiva Ferreira, diretor de revitalização de Bacias Hidrográficas e coordenador nacional do Programa Água Doce, do Ministério do Meio Ambiente lembrou do caso do rio Guaíba, em Porto Alegre (RS), para trazer esperança ao Tietê. “Fizemos acordo com as indústrias para uma produção mais limpa e contamos com 11 estações de tratamento de esgoto. Hoje, o Guaíba viveâ€Â, comemorou.
Sobre perspectivas futuras, Guaracy Osório, coordenador do Programa Política e Economia Ambiental da FGV, disse que já existem tecnologias no Brasil para que se melhore o saneamento básico e que isso deve estar no topo da agenda dos debates políticos. Ele ainda trouxe um exemplo dos Estados Unidos para dizer que dá para implementar práticas de conservação da água no Brasil. Osório teve oportunidade de percorrer, com a comitiva de Barack Obama, ex-presidente dos EUA, o estado da Flórida.
Lá observou como eles abordavam com os americanos a necessidade de reduzir o consumo de água. Eles conversavam com o morador de uma forma natural, sem usar aqueles termos técnicos ambientais aos quais especialistas já estão acostumados. “Eles diziam: ‘sabe a água que está na sua torneira? Você precisa economizar e cuidar dela.´ Como resultado, a população se conscientizou e colaborou mais facilmenteâ€Â, finalizou.
Texto produzido em 18/10/2018
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