16 de Marco de 2020,11h00
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Varejistas e fabricantes de embalagens serão obrigados pelo governo do Reino Unido a pagar pelo custo total da coleta seletiva e reciclagem de seus produtos. A lei também prevê que supermercados, comércios e a própria indústria sejam penalizados se optarem por utilizar materiais de difícil reciclagem.
A inspiração para a criação da norma foi a economia circular, a melhor opção para unir fabricação de produtos sustentáveis com empreendedorismo sem poluir o meio ambiente, que já acontece em peso em alguns países que fazem parte da União Europeia.
Conforme revelado pelo jornal inglês The Guardian, em novembro de 2018, os custos para os setores que seriam obrigados a reciclar seriam entre 500 milhões a 1 bilhão de libras por ano. Hoje em dia, cerca de 90% dos consumidores financiam os custos de reciclagem, enquanto apenas 10% das empresas arcam com o processo.
Além de obrigar os fabricantes a pagar milhões de libras a mais na coleta e reciclagem de seus resíduos, a estratégia também visa a redução do desperdício de alimentos e diminuição do uso do plástico.
“Pretendemos reduzir nossa dependência pelo plástico de uso único, acabar com a desinformação sobre reciclagem e fazer com que os poluidores paguem pelo que desperdiçam”, contou o secretário do Meio Ambiente do Reino Unido, Michael Gove, ao The Guardian.
Esse tipo de lei e sistema já funcionam em países como Alemanha, Bélgica e Holanda. Nações que, atualmente, possuem maior taxa de reciclagem mundial e servem de exemplo para outros lugares.
Para Gove, a medida incentiva produtores a fornecerem opções de embalagens mais sustentáveis, além da reutilização e reciclagem do produto. A ação também visa a diminuição de resíduos do Reino Unido exportados para países asiáticos, entre eles a China.
Os chineses proibiram a importação de resíduos plásticos, o que colapsou o sistema de gerenciamento de lixo de muitas nações que dependiam do país para receber seus materiais.
Algumas entidades ambientais britânicas apostam no sucesso do projeto, entre elas a Recycling Association, de Simon Ellin. Para ele, há tempos a maioria dos ambientalistas pedem para que a responsabilidade pela reciclagem e coleta seletiva de produtos sejam de responsabilidade total do fabricante.
Já Mary Creagh, presidente de um comitê britânico ambiental, disse não acreditar na agilidade que a lei propõe. “A tática de devolver garrafas plásticas em pontos de coleta específicos (proposta que está na lei) demorará. Acredito que não ficará pronta até 2023. Acho que o governo, mais uma vez, está chutando a lata de lixo”, enfatizou ao The Guardian.
Fonte: The Guardian
Texto produzido em 10/09/2019
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