Sala simula lixo acumulado dentro dos rios. Foto: Atelier de Imagem e Comunicação
27 de Marco de 2019,12h23
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Adotar uma árvore, viajar entre as águas brasileiras de asa delta, conhecer a vida da catadora Carolina Maria de Jesus e entender os caminhos da reciclagem de uma garrafinha PET estão entre as experiências do Festival Green Nation. O evento, que acontece de 25 a 31 de março, une tecnologia e interatividade para oferecer atrações que aproximam o público da sustentabilidade.
“Procuramos criar atividades imersivas e interativas para que o público perceba os direitos e deveres com o meio ambiente” explica Marcos Didonet, idealizador da feira.
Essa é a primeira vez que o festival acontece em São Paulo. “A questão do lixo e do descarte foi uma das mais abordadas quando procuramos o porquê de trazer o Green Nation para a capital. Foi por isso que criamos instalações especiais sobre o tema, como é o caso do Caminho do Lixo e do game Jogue Limpo, por exemplo”, explica o idealizador.
Oferecida pelas concessionárias Loga e EcoUrbis, responsáveis pela coleta seletiva na capital paulista, a ação Caminho do Lixo, uma das atrações do evento, explica o impacto dos resíduos nas águas, os possíveis riscos de extinção dos rios e seus resultados concretos na vida humana.
A experimentação simula a rua e as tubulações de uma cidade que descarta lixo de forma inadequada e suas consequências, como a chegada dos resíduos em rios. O exemplo dado é o da avenida Paulista, principal centro financeiro de São Paulo, e o Rio Tietê, nacionalmente conhecido por sua poluição, mas que um dia já foi recreação dos moradores da capital.
“Procuro aproximar do visitante o local que ele conhece. Se vem gente do interior, eu dou exemplos de rios e de uma principal avenida da cidade deles. O objetivo é trazer para a realidade das pessoas”, explica o ator Oliver Mangels, um dos monitores do stand.
Após percorrer as tubulações, o visitante chega ao fundo do rio e descobre consequências devastadoras provocadas pelo descarte incorreto dos resíduos, como uma água turva e sem peixes. Neste momento, a interatividade se une com a responsabilidade que cada um ganha ao ser convidado a coletar o lixo e separá-los entre plástico e papel. “Quando propomos para as pessoas ajudar, elas imediatamente topam. Os dados que passamos no começo da atividade chocam e, neste momento, elas se sentem responsáveis e querem fazer mais”, conta Oliver.
Com as lixeiras devidamente cheias e o rio limpo, a água aos poucos fica cristalina, a vida retorna e o ecossistema se refaz com a aparição de peixes e animais marinhos. “Achei uma ação muito legal, porque eles fazem uma encenação de como você pode limpar o rio e poluir menos”, conta a estudante paulistana Stephany Melo, de 13 anos. Entusiasmada, ela ressalta que a partir de agora irá ajudar a coletar os resíduos nas ruas e na escola. “Sentimos um pouquinho da responsabilidade e da necessidade de ajudar”, completa.
Para a professora de ciências Andréia Santos, a experiência com o Caminho do Lixo é incrível e só enriquece os estudantes da Escola Estadual João Batista Vilanova Artigas, na zona Leste, onde leciona. “Trazê-los aqui oferece uma oportunidade para que se orientem, criem afinidade com o tema do meio ambiente e enriqueçam seu projeto de vida”, explica. Satisfeita com a participação dos alunos, ela reforça que “falar sobre o lixo dentro ou fora da escola ajuda a formar a cidadania”.
Green Nation
Criado em 2012 no Rio de Janeiro, tornou-se um dos principais eventos sobre sustentabilidade no país. Com mais de 56 horas de atrações, visa mostrar a importância de ações em prol do meio ambiente, como separação correta do lixo, reciclagem, preservação da água, das árvores e o reflorestamento. “A ideia é essa: fazer com que as pessoas percebam que a gente tem uma casa só, e somos uma família. Se essa família não cuida da sua casa, também não vai cuidar do nosso ambiente, da nossa cidade e do nosso planeta. A relação é muito mais direta quando as pessoas vivem experimentações”, defende Marcos Didone, diretor da entidade.
Serviço do evento
Data: 25 a 31 de março
Local: Pavilhão das Culturas Brasileiras – Parque Ibirapuera (Portão 10)
Horários de funcionamento:
Dias 25, 26, 28 e 29: de 9h às 15h
Dia 27: de 14h às 15h (apenas para escolas cadastradas)
Dias 30 e 31: de 10h às 16h
Entrada Gratuita
Texto produzido em 27/03/2019
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