19 de Maio de 2025,10h00
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Seis em cada dez indústrias brasileiras já adotam práticas de economia circular, é o que revela uma sondagem especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A pesquisa entrevistou 1.708 empresas dos setores extrativo, de transformação e da construção civil em fevereiro deste ano e apontou a circularidade como estratégia central para reduzir custos, reforçar a imagem corporativa e impulsionar a inovação.
A prática mais comum é a reciclagem de produtos, presente em 33% das empresas ouvidas. Em seguida, aparecem o uso de matéria-prima secundária nos processos produtivos (30%) e o desenvolvimento de produtos duráveis (29%).
A pesquisa mostra que, embora os níveis de adoção variem entre setores, há engajamento crescente da indústria com modelos sustentáveis.
Entre os segmentos com maior adesão estão o de calçados (86%), biocombustíveis (82%), equipamentos eletrônicos e veículos (ambos com 81%), além de coque e derivados de petróleo (80%) e celulose e papel (79%).
Por outro lado, a indústria farmacêutica (33%), a construção civil (entre 39% e 42%) e o setor gráfico (40%) apresentam os menores índices de circularidade.
Para Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, os dados evidenciam a diversidade dos perfis industriais no Brasil e apontam caminhos para políticas mais direcionadas.
“A indústria, por seu perfil tão diverso, apresenta diferentes níveis de adoção da circularidade entre os setores. Os dados nos ajudam a identificar quais setores têm mais desafios e quais já incorporaram as práticas, para que possamos discutir políticas adequadas para a maior disseminação da economia circular”, explica Muniz.
A economia circular vem sendo considerada um elemento-chave para o alcance das metas climáticas previstas no Acordo de Paris e para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como os ODS 9 (indústria, inovação e infraestrutura), 12 (consumo e produção responsáveis) e 13 (ação contra a mudança do clima).
Ao reaproveitar materiais, a indústria reduz impactos ambientais, economiza recursos e aumenta sua competitividade, preparando-se para mercados que exigem responsabilidade socioambiental e transparência nas cadeias de produção.
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