06 de Novembro de 2023,15h00
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Mais de 80% dos brasileiros acumulam lixo eletrônico em casa, revela a segunda edição da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil 2023, conduzida pela Green Eletron, entidade gestora da logística reversa do setor no país.
O estudo ouviu mais de 2,5 mil pessoas e o resultado em relação ao anterior, de 2021, mostrou-se estável, dado que indica a necessidade de reforçar a conscientização sobre a importância da gestão adequada deste tipo de resíduo.
Para se ter uma ideia, um terço da população ainda associa lixo eletrônico a spam ou mensagens de e-mail e somente 25% dos entrevistados sabem que todos os eletroeletrônicos podem ser reciclados.
E para piorar, 85% confessaram acumular algum tipo de lixo eletrônico, enquanto 10% disseram ter descartado corretamente o eletrolixo uma única vez na vida.
Assinado em 2019, o Acordo Setorial para a Logística Reversa de Eletroeletrônicos é um complemento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
O texto prevê que fabricantes, importadoras e distribuidoras devem cumprir metas de coleta e destinação ambientalmente adequada dos produtos colocados no mercado nacional.
Por exemplo, cidades com mais de 80 mil habitantes, cerca de 400 municípios, devem ter Pontos de Entrega Voluntária instalados em locais de fácil acesso até 2025.
A responsabilidade de instalação dos PEVs é da iniciativa privada. O objetivo é que seja possível coletar e destinar, em peso, pelo menos 17% do que foi comercializado em 2018, ano base do cálculo.
Lixo eletrônico é tudo que vai na tomada, usa pilha ou bateria.
Entram na categoria: geladeiras e freezers, microondas e cafeteiras, torradeiras e ventiladores, computadores e celulares, controles remotos e cabos, chapinhas e secadores de cabelo, brinquedos infantis, entre outros exemplos.
Todos os aparelhos eletrônicos podem ser reciclados e o eletrolixo muitas vezes contém metais nobres e valiosos. Um exemplo é o ouro presente nos telefones celulares.
Também é possível extrair prata, cobre e zinco. Isso sem contar o plástico das capas protetoras de aparelhos, consoles, computadores e eletrodomésticos em geral.
A ONU alertou que as atuais 50 milhões de toneladas de eletrolixo geradas a cada ano mais que dobrarão até 2050, tornando-se o fluxo de resíduos que mais cresce no mundo.
Todos esses metais não reaproveitados são descartados nos aterros sanitários, no meio ambiente ou são incinerados.
A queima de lixo eletrônico produz a emissão anual de mais de 100 milhões de toneladas de CO2 e os especialistas pedem sua interrupção imediata.
Segundo a Global Recycling Foundation, apenas dez milhões de toneladas de lixo eletrônico são recicladas anualmente. O número representa aproximadamente 20% de tudo o que é descartado.
Aqui na América Latina, segundo o último levantamento (2019), 97% dos resíduos eletrônicos são descartados de forma incorreta e apenas 3% são reciclados. O Brasil é o quinto maior produtor de eletrolixo mundo.
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