22 de Maio de 2025,10h00
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Segundo o Circularity Gap Report 2025, divulgado na última semana durante o 8º Fórum Mundial de Economia Circular em São Paulo, apenas 6,9% dos materiais consumidos anualmente no planeta são reciclados.
O estudo revela um retrocesso de 2,2 pontos percentuais em comparação com 2015 e indica que a economia mundial ainda opera de forma linear e ambientalmente insustentável.
O relatório foi elaborado pela consultoria Deloitte, em parceria com a organização Circle Economy, e apresentado como alerta à comunidade global sobre a urgência de reverter o modelo atual de consumo e descarte.
Infelizmente, o dado evidencia que mesmo após quase uma década de avanços em políticas climáticas e compromissos empresariais, o mundo caminha na direção contrária à economia circular.
Segundo os pesquisadores, a extração de matérias-primas ainda cresce de forma acelerada, impulsionada pela urbanização, aumento populacional e crescimento do PIB global.
No entanto, os sistemas de reaproveitamento e reciclagem não evoluíram na mesma velocidade, gerando um desequilíbrio estrutural entre produção e regeneração.
Com isso, cerca de 90% dos materiais extraídos, processados e consumidos globalmente se perdem, seja em aterros, incineração ou descarte inadequado no meio ambiente.
Ou seja, o volume de resíduos gerado aumenta, enquanto os recursos naturais continuam explorados em ritmo incompatível com os limites planetários.
Como solução, o Circularity Gap Report propõe uma série de medidas estruturantes para reverter o cenário: reprojetar produtos para facilitar o reuso, estimular cadeias produtivas circulares, fortalecer a logística reversa e substituir modelos baseados na obsolescência programada.
O documento ainda reforça que a circularidade é peça-chave para atingir as metas do Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Para finalizar, especialistas presentes no evento destacaram que não basta reduzir emissões de gases de efeito estufa se o uso de recursos naturais seguir insustentável.
Isso quer dizer que a transição para uma economia circular exige mudanças profundas na cultura de consumo, nos sistemas produtivos e na gestão dos resíduos em escala global.
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