22 de Maio de 2019,11h30
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Os moradores de São Paulo tiveram a oportunidade de conhecer como funciona uma das etapas do tratamento do lixo na cidade. A visita foi promovida pela “Semana Lixo Zero” com o objetivo de sensibilizar e despertar um olhar mais cuidadoso da população sobre a questão dos resíduos.
Poucas pessoas sabem, mas colocar o saco de lixo na porta de casa não é o fim do processo, é apenas o início de uma jornada complexa e que envolve centenas de profissionais.
A cidade conta com 363 caminhões de coleta domiciliar e 72 caminhões de coleta seletiva para realizar a limpeza urbana. Todos os dias, cada equipe composta por 3 coletores e um motorista saem da sede das concessionárias de limpeza urbana Loga e Ecourbis com um roteiro pré-determinado, guiados por um GPS e monitorados em tempo real nas sedes de cada empresa.
Localizada no Bom Retiro, bairro da região central de São Paulo, a Central Mecanizada de Triagem e Estação de Transbordo Ponte Pequena, administrada pela Loga, abriu as portas durante a “Semana Lixo Zero” para receber a população interessada em saber um pouco mais sobre o caminho percorrido pelo lixo. A Loga é responsável pela coleta de resíduos na zona central, norte e oeste da cidade.
O interesse do público em visitar o local mostra uma mudança de conceito e uma preocupação em entender como tudo funciona.
“Não é a primeira vez que recebemos um grupo de pessoas interessadas no sistema de tratamento de lixo da Loga. Sempre recebemos estudantes de escolas públicas e particulares. A procura tem crescido cada vez mais. Ficamos satisfeitos em saber que os paulistanos estão procurando se conscientizar”, conta Solange Cruz Schnaak, supervisora de comunicação e marketing da Loga.
O local é um ponto intermediário de depósito do lixo, antes de seguir para o destino final: o aterro sanitário ou a reciclagem. Quando chegam à central os caminhões compactadores de coleta seletiva depositam o material coletado em um galpão. Cada caminhão tem a capacidade de armazenar 3 toneladas de lixo reciclável.
Com mini carregadeiras os resíduos são colocados nas esteiras de triagem para dar início a separação por tipo de material: papéis, plásticos, metais, vidros, embalagens do tipo Tetra Pak e rejeitos. Na central também há uma cooperativa de trabalhadores, responsável pelo processo de triagem manual dos materiais e pela venda às empresas recicladoras, que transformam o lixo em matéria-prima de produtos.
“A solução é separar. Ter duas lixeiras em casa. Uma para recicláveis e outra para jogar os resíduos orgânicos”, diz a francesa Margaux Petit, uma das visitantes. Ela trabalha no marketing de uma rede de supermercados francesa no Brasil e ajuda a empresa a gerar menos lixo. Ela conta que na França, país referência em menos geração de resíduos, as sacolas plásticas são biodegradáveis e não agridem ao meio ambiente.
Para a sócia-proprietária da Cooperativa YouGreen, Ana Carolina Vieira Araújo, que também acompanhou a visita, o acesso a informação é a principal via para motivar as pessoas a fazerem a coleta seletiva. “Se as pessoas soubessem que a reciclagem ajuda muitas cooperativas, gera renda e movimenta uma cadeia produtiva, elas teriam mais consciência e acredito que separariam melhor o lixo”, comenta.
Os 23 visitantes ficaram impressionados com o processo e com a quantidade de resíduos que ainda não são separados pela população e que acabam impossibilitando a reciclagem. Eles tiveram acesso a Central de Transbordo, localizado no mesmo terreno. É um ponto intermediário para a destinação dos resíduos domiciliares, já que muitas vezes a distância é grande entre o local da coleta e os aterros sanitários da Prefeitura.
São Paulo possui três pontos como esse, uma espécie de fosso onde cada caminhão compactador, com capacidade para 10 toneladas de lixo, descarregam os resíduos, que posteriormente são colocados em uma carreta que levará todo o lixo para os aterros sanitários. Cada carreta transporta o equivalente a carga de 3 caminhões de coleta de lixo.
“Impressionante. Nunca tinha visto tanto saco preto de lixo em um lugar só”, disse a engenheira de alimentos Nadine Miranda, assim como a maioria dos visitantes ao ver uma montanha de resíduos domésticos em um fosso de concreto de 4 mil m3.
Separar o lixo em dois, comum e reciclável, e descartá-los no dia e horário correto é fundamental para contribuir com o trabalho das concessionárias de limpeza urbana e, consequentemente, com a preservação do meio ambiente. Dessa forma é possível garantir que os resíduos voltem de maneira adequada para a cadeia produtiva. Para saber o dia e o horário que a coleta seletiva passa na sua residência, clique aqui.
Matéria produzida em 26/10/2018
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