04 de Setembro de 2019,12h00
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Você já parou para pensar que suas escolhas de consumo diárias e a maneira que gerencia seus resíduos deixam marcas no meio ambiente? Literalmente, a nossa caminhada pela Terra cria rastros ambientais e a eles dá-se o nome de “pegada ecológica”. O mais importante disso, no entanto, é que a depender do seu estilo de vida e da adesão ou não a hábitos mais sustentáveis, elas podem ser maiores ou menores.
Para calcular o quanto o ser humano consome de recursos naturais no mundo, os profissionais ambientais criaram essa expressão, que mede o nível de consumo da população ou de uma pessoa e verifica se está dentro da capacidade de oferta de matéria-prima oferecida pelo planeta.
A unidade de medida escolhida para essa conta ambiental é o hectare (cada unidade equivale a 10 mil metros quadrados) a mesma usada para medir o tamanho de áreas agrícolas, matas e reservas naturais. “Por exemplo, para fazer uma roupa que uma pessoa usa, quanto de algodão foi usado? Quantos hectares de algodão teriam que ser replantados depois que foram arrancados para confeccionar uma peça de roupa? Tudo isso nós calculamos”, conta a coordenadora do WWF-Brasil (World Wide Fund for Nature), Daniela Teston.
No estado de São Paulo, o consumo de cada habitante equivale a 40 mil metros quadrados de terra, o que representa uma chácara de médio porte. De acordo com a coordenadora, o número está ultrapassando o limite que garante a oferta dos recursos naturais do mundo. Para se ter uma ideia, o paulista já conta com uma pegada ecológica parecida com a dos norte-americanos, consideradas as pessoas mais consumistas do mundo.
“Se continuarmos nesse ritmo, vamos precisar de quase três planetas para que os recursos naturais consigam atender a todas as pessoas. O que faz a balança brasileira equilibrar é que outras regiões do Brasil não consomem tanto quanto a população de São Paulo”, alerta Daniela.
Quanto menor a pegada ecológica, menor é o rastro de consumo que se deixa pelo mundo. O segredo para diminuir esse rastro ambiental é fazer escolhas que preservem o meio ambiente. “Podemos começar com as seguintes ações: tomar banho mais rápido para garantir a oferta de água no mundo, comer mais alimentos naturais ao invés dos industrializados que usam muita embalagem, ter uma dieta balanceada e saber a origem dos alimentos para garantir que não venham de áreas de desmatamento”, explica.
O cálculo da pegada ecológica impressiona crianças e adultos que se deparam com a quantidade de recursos que utilizam diariamente em atividades triviais. É o que diz a voluntária do Greenpeace e bióloga, Juliana Teixeira, que já palestrou sobre o assunto em mais de 50 locais, incluindo escolas, grupos de escoteiros, universidade e empresas.
De acordo com a ativista, dos 1.700 alunos e profissionais que assistiram às suas apresentações em 2018, muita gente ainda desconhece o cálculo da sua pegada ecológica. “Ainda não se tem a noção de que um estilo de vida cheio de consumo e com muitas viagens individuais de carro acabam com o meio ambiente, pois há muita emissão de gases poluentes para o ar e acarreta nas mudanças climáticas”, explica a ativista.
Juliana conta que o Greenpeace também calcula a pegada ecológica dos próprios palestrantes e recentemente ela e o grupo tiveram de plantar 100 mudas de árvores para compensar as viagens de carro que fizeram para chegar até as instituições em que ministraram suas palestras.
“Temos que entender que para o ser humano viver é preciso que o meio ambiente sobreviva”, diz a bióloga.
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Texto produzido em 09/01/2019
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