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Por que minha ida ao supermercado afeta o meio ambiente?

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Consumidor deve repensar seus hábitos de consumo na hora das compras. Foto: Freepik

Quanto maior o consumo, maior a geração lixo. Isso porque ao passo que adquirimos mais mercadorias, mais recursos naturais são consumidos e mais resíduos são gerados. Por esse motivo, consumir de forma sustentável está diretamente relacionado à poupar recursos naturais. Se considerarmos o impacto de um indivíduo em suas tarefas cotidianas no agravamento da crise ambiental, vamos entender o impacto que atividades simples como ir às compras para abastecer a geladeira têm sobre a qualidade do meio ambiente.

O primeiro passo para um consumo consciente está em praticar algumas perguntas diárias que podem ajudar na hora da compra: necessito realmente desse produto? Ele é durável e de boa qualidade? Vou poder reutilizá-lo ou reciclá-lo? Posso compartilhar com utras pessoas? Esse produto faz menos mal ao meio ambiente que o similar?. Estas questões são algumas das sugestões que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) apresenta em seu guia de Proteção e Sustentabilidade. Disponível no site da instituição, o manual trata de finanças, alimentação, saúde, energia, internet, telefonia e resíduos e ensina o consumidor a ter escolhas mais "confiáveis, saudáveis e ecológicas" no seu dia a dia.

“Um dos impactos mais negativos está essencialmente no consumismo. Ser sustentável é consumir apenas aquilo que é realmente necessário”, afirma a jornalista Sandrine Lage.

Especialista em sustentabilidade, ela defende que o mais importante para o cenário do meio ambiente é a redução do resíduo, ou seja, não gerá-lo. E quando acontecer, preferir produtos nacionais, orgânicos e que estão na época. Mas por que os produtos nacionais?

De acordo com as engenheiras químicas Daniella Kakazu e Luiza Monteiro, o consumo de produtos nacionais ou locais traz diversos benefícios, um deles bastante relevante ao meio ambiente: quanto maior a distância que o produto tem que percorrer para chegar até o consumidor final, maior é a pegada de carbono que ele deixa. Ou seja, caso você compre um produto de outro país, por exemplo, ele possui mais necessidade de conservantes durante o transporte.

“Mais embalagens, combustível e recursos são necessários para fazer com que o produto chegue até você”, explicam as engenheiras.

 

Compre local

Incentivadoras do movimento compre local, bandeira cada vez mais forte nos EUA e na Europa que passou a sensibilizar pessoas também no Brasil, as profissionais reforçam que a principal questão para um consumo consciente é verificar se o que está sendo comprado é realmente necessário. "Depois disso o importante é focar na funcionalidade do produto e na sua procedência, ou seja, se ele vai satisfazer essa sua necessidade e quem é a empresa que o produz, se ela é honesta, transparente e ética, e claro, se ela é local", afirmam.

Decepcionadas com a indústria tradicional e seus caminhos e perspectivas quem eram muito divergentes dos seus valores, as engenheiras encontraram na cosmética natural e vegana um meio saudável e sustentável para seguirem. Foi assim que nasceu a Jaci Natural, marca de cosméticos feitos à mão, que não utiliza animais para testes e desenvolve produtos minimalistas e multifuncionais  a partir de fórmulas que estudam os ingredientes, desde sua origem e sustentabilidade, até as interações entre as matérias-primas.

"Fazemos tudo com amor e consideramos que a natureza é única, assim como nossos produtos e nossos clientes. Ao pensarmos dessa forma, excluímos a necessidade de padronização de cada produto, o que permite que os ingredientes estejam ali para uma função que condiz com a função do produto", explicam.

Beleza natural

"Vocês já pararam para pensar no potencial revolucionário que há em nosso poder de consumo? Em nosso poder de escolha?". São com essas questões que a influencer Karina Viega começa uma reflexão sobre consumo consciente em seu canal do Youtube.  Com mais de 58 mil inscritos na plataforma, a jovem dá dicas de lifestyle, cabelo, maquiagem, moda e cultura com viés sustentável.

Tendo como base o slow beauty, termo que surgiu nos Estados Unidos para definir um conceito de beleza natural que busca a simplicidade, a blogueira levanta a bandeira de que a "a arte de menos é mais, do seu prato à sua necessaire". Em seu blog, ela explica os três aspectos essenciais que servem de base para o slow beauty: diminuir a quantidade de produtos na estante e na necessaire; aceitar e valorizar a real beleza natural de cada um; e conhecer a procedência dos produtos.

Karina defende que ao adquirir um produto, você está comprando também uma ideia, investindo no conjunto de ações e na cadeia de produção daquela empresa, e reforça como as ações de cada indivíduo refletem de maneira universal. "Uma revolução é feita de pequenos gestos, você pode sim gritar 'eu acredito nisso, não acredito naquilo' por meio do seu poder de consumo", comenta em vídeo.

Mesmo tendo 10% dos seus seguidores de Portugal e sabendo dos demais fãs que pedem dicas de produtos internacionais, Karina não abre mão de oferecer sua consultoria apenas para produtos nacionais. "Ter uma composição natural é apenas um dos fatores, e não é nem o mais importante deles. Mais vale para mim um produto que veio de uma empresa  rechedada de ideias que eu acredito e me identifico, do que um artigo com uma composição natural mais vazia de significados", explica aos seguidores.

Brasil no caminho sustentável

De acordo com o Panorama do consumo consciente no Brasil: desafios, barreiras e motivações, o brasileiro prefere o caminho da sustentabiidade ao do consumo. A pesquisa, realizada pelo Instituto Akatu, investiga a evolução do grau de consciência dos brasileiros no comportamento do consumo, indicando os desafios, motivações e barreiras para o consumo consciente.

Em sua quinta edição, a pesquisa detectou que entre os dez principais desejos dos brasileiros, sete estão no caminho da sustentabilidade, ou seja, expressam preferência por alternativas mais sustentáveis, sendo o primeiro lugar ocupado pelo desejo de um “estilo de vida saudável”. Alimentos saudáveis, frescos e nutritivos e água limpa, por exemplo, estão entre os outros itens apontados.

Para a coordenadora comercial, Iasmyn Montenegro, o importante é usar produtos que ela entenda e conheça os ingredientes, e com os cosméticos industrializados, ela alega não ter essa confiança. Além disso, não se rende aos produtos internacionais.

"Acho bacana e consciente estimular o comércio e matérias-primas do nosso país, gerando renda e empregos para nosso povo. Temos muita coisa boa, não precisamos de cosméticos de fora não!", afirma a coordenadora comercial.  

Texto produzido em 09/01/2018


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