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Em meio a placas com o escrito “na na na na”, referência ao hit Hey Jude, 90 mil pessoas lotaram o Allianz Parque, na zona Oeste de São Paulo, nos dois dias de show do astro Paul McCartney. Foi pensando no grande número de circulação de pessoas que, consequentemente, impacta na produção de resíduos, que o Movimento Recicla Sampa se preparou para uma ampla ação dentro e fora do estádio.
Distribuição de cartazes, lixeiras devidamente sinalizadas e vídeos informativos estiveram entre as atividades do Movimento, que buscou principalmente informar o público sobre a importância do descarte correto do lixo. No entorno do Allianz, um saldo de 2 toneladas de resíduos foi proveniente dos 10 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) e das 20 lixeiras educativas distribuídas ao redor do local. Essa operação também envolveu 40 agentes de limpeza durante os dois dias de show.
Todo o material recolhido no entorno foi devidamente encaminhado para reciclagem à Central Mecanizada de Triagem da Loga, uma das concessionárias de limpeza urbana da capital paulista, localizada na zona Norte. Para Edson Stek, diretor da Loga, o benefício é para o meio ambiente é enorme.
“Aumentamos a quantidade de materiais reaproveitáveis e diminuímos o volume dos resíduos enviados aos aterros sanitários da cidade”, reforça Edson.
Ele acredita na necessidade de uma mudança de paradigma em relação aos resíduos para que as pessoas incorporem o hábito de destinarem o lixo corretamente no seu dia a dia. “Informação e engajamento andam juntos. Essa ação contribui imensamente para que as pessoas percebam que o ato de separar e destinar corretamente os materiais pode impactar a vida de famílias que atuam em cooperativas de reciclagem, gerando trabalho e renda”, ressalta.
Já dentro do estádio, cerca de 4 toneladas de materiais de vários tipos foram coletadas, como alumínio, papel e alguns tipos de plástico, em sua maioria garrafinhas PET. Internamente, a operação contou com 150 lixeiras espalhadas pelo local e 140 pessoas envolvidas diretamente na operação de limpeza do evento. Os resíduos foram separados por tipos e encaminhados para as recicladoras referentes a cada material.
Na busca de ser uma das melhores arenas não só do mundo, mas também para o mundo, o gerente geral do Allianz Parque Eduardo Rigotto acredita que iniciativas como essa servem como exemplo. “Trabalhamos em diversas ações que tornam nosso estádio uma referência em sustentabilidade, com ações que englobam reúso, reciclagem, descarte correto e compensação ambiental”, defende.
Enquanto Paul McCartney trazia à tona os clássicos dos Beatles, a legião de fãs pode se deparar com mensagens que incentivavam a separação do lixo em dois: comum e reciclável. Isso serviu também para a conscientização das pessoas, buscando a redução no número de resíduos enviados para os aterros sanitários. Para a jornalista Paula Bezerra, foi uma maneira interessante de aproximar o público da realidade do seu resíduo.
A jovem foi prestigiar o beatle no segundo dia de show e reforçou a necessidade de lixeiras e identificações nesse tipo de evento. "É muito lixo no chão, as pessoas usam e descartam ali mesmo, onde estão”, afirma. Para ela, se todas as pessoas que estiveram lá compreenderem um pouquinho da mensagem, já é um grande ganho. “Olha quanta gente foi aos dois dias de show, imagina se todo mundo resolvesse separar direito, quão proveitoso seria?”.
É por esse motivo que eventos com grande público, como shows e apresentações, estão no foco do Movimento Recicla Sampa. Por permitirem uma conscientização em massa, iniciativas como essa garantem que a megaoperação de coleta seletiva existente na capital entre em ação oferecendo o reaproveitamento de resíduos recicláveis e seu retorno à cadeia produtiva.
Texto produzido em 03/04/2019
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