16 de Junho de 2021,11h00
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A Organização Mundial da Saúde divulgou nesta semana o relatório Crianças e Lixeiras Digitais. O documento revela que cerca de 18 milhões de menores trabalham com reciclagem no setor informal processando os resíduos eletrônicos ao redor do mundo.
Segundo os dados da OMS, a atividade de lixo informal envolve ainda 12,9 milhões de mulheres, que ficam potencialmente expostas a um ambiente tóxico.
A publicação faz um apelo para uma ação mais eficaz e vinculativa através de políticas públicas no sentido de proteger as crianças desta crescente ameaça à saúde, que tende a se agravar bastante nas próximas décadas.
O pedido feito a exportadores, importadores e governos é para garantir um descarte ambientalmente correto dos resíduos.
As Nações Unidas e a Organização Internacional do Trabalho alertaram recentemente que as atuais 50 milhões de toneladas de eletrolixo geradas a cada ano mais que dobrarão até 2050, tornando-se o fluxo de resíduos que mais cresce no planeta.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, a alta produção e o descarte incorreto colocam o mundo num iminente tsunami de E-lixo. “Precisamos encarar essa questão da mesma forma que o mundo se mobiliza para proteger os mares e seus ecossistemas da poluição por plásticos e micro-plásticos”, afirma Tedros.
Ainda de acordo com o estudo, são frequentemente os pais ou responsáveis que envolvem os menores na reciclagem de lixo eletrônico por eles terem as mãos pequenas e mais hábeis do que as dos adultos.
Outras crianças vivem, vão à escola e brincam perto de lixões com altos níveis de produtos químicos tóxicos, principalmente chumbo e mercúrio, que podem afetar as habilidades intelectuais. Crianças expostas ao eletrolixo são mais vulneráveis por terem órgãos ainda em desenvolvimento.
Elas absorvem mais poluentes em relação ao seu tamanho e têm menos capacidade de metabolizar ou eliminar substâncias tóxicas. Existe um risco de exposição a mais de mil substâncias nocivas, incluindo chumbo, mercúrio e níquel.
Além do projeto da Green Eletron e dos pontos de descarte oferecidos pela Prefeitura, a cidade de São Paulo abriga uma iniciativa que recicla eletroeletrônicos. É a Coopermiti, uma das principais referências brasileiras na área da logística reversa no setor.
“Fomos a primeira cooperativa brasileira a ter licenciamento ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para receber os equipamentos e desmontá-los para a reciclagem”, explica Alexandre Luiz Pereira, presidente e idealizador da cooperativa de materiais eletrônicos.
"É muito comum as pessoas associarem lixo eletrônico só com computador e com celular. Esquecem que secador de cabelo, liquidificadores e sanduicheiras são lixos e-lixos também. Tudo que funciona com eletricidade, inclusive com pilhas e baterias, entram nessa categoria", completa Alexandre.
Caso você tenha em sua casa aparelhos eletrônicos que precisam ser descartados, não deixe de procurar a Coopermiti, que fica na rua João Rudge, 366, Casa Verde Baixa, zona Norte da cidade.
Confira os pontos de descarte de lixo eletrônico na capital paulista e faça sua parte!
Texto Produzido em 16/6/2021
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