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Supermercados catarinenses adotam ações sustentáveis e aliviam aterros

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A rede Hippo, uma das mais conhecidas de Santa Catarina, foi a primeira a aderir ao programa “Lixo Zero”. Foto: MFV

Nos últimos anos, o setor supermercadista brasileiro tem se esforçado para diminuir o desperdício de resíduos. Prova disso é que, de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), em 2017, o setor deixou de perder R$ 54 milhões em relação a 2016 devido a ações contra o acúmulo de alimentos nos aterros sanitários e em razão da correta destinação dos recicláveis.

A pesquisa aponta ainda que a área em que mais ocorre perdas e prejuízos é a de frutas, legumes e verduras. Por conta disso, ela precisa de uma melhor gestão e investimentos para reduzir a quantidade de comida que vai para o lixo.

Tomando consciência desse fato, os supermercadistas catarinenses já estão tomando atitudes que têm indicado perspectivas confiáveis ao setor varejista do restante do país. A Associação Catarinense de Supermercados (ACATS) criou o programa “Supermercado Lixo Zero” que envia um volume de resíduos cada vez mais baixo aos aterros sanitários da região por meio de diversas práticas.

A rede Hippo, uma das mais conhecidas do estado catarinense, foi a primeira a aderir a práticas de “Lixo Zero” e há seis anos tem transformado seus detritos orgânicos do dia a dia em adubo e usado esse composto natural na própria horta de 7 mil m2 criada pelo supermercado. E mais:  foram plantadas cerca de 59 espécies de hortaliças orgânicas que são comercializadas nas lojas.

“Temos muitas vendas dessas leguminosas. O consumidor está cada vez mais exigente e consciente sobre a qualidade e nutrientes dos alimentos orgânicos”, disse Giselle Schmitz, gerente de marketing.  

A horta abre as portas para que alunos das escolas catarinenses conheçam mais sobre o ciclo de reciclagem de materiais orgânicos, acompanhem o trabalho com a terra na plantação das hortaliças e aprendam como é a transformação dos restos de alimentos em adubo. “Nós damos palestras nas salas de aula sobre os benefícios de uma alimentação saudável e depois levamos os estudantes para conhecer nossa horta. Recebemos em torno de 70 alunos por mês no espaço”, conta Giselle. 

Além disso, os consumidores do supermercado podem adquirir o adubo por meio do sistema de pontos. A cada 1 real em compras os clientes acumulam 1 ponto. O adubo feito pela rede pode ser trocado a cada 500 pontos nas lojas.

O óleo de cozinha usado também é gerenciado pela rede. Desde 2012, as lojas, juntamente com a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), arrecada óleo de cozinha usado para levar a locais que fazem a destinação correta.

Os recicláveis produzidos pelo mercado como papelão e plástico são enviados para a Associação e Catadores de Materiais Recicláveis de Florianópolis. Por meio dessa ação, a rede consegue destinar corretamente 90% dos seus materiais. O desafio fica por conta do coco, item que ainda causa dificuldades de destinação aos supermercados da rede. Por não se decompor completamente por conta de suas fibras, acabam sendo destinados ao aterro sanitário. “Há muito consumo de água de coco nos supermercados e estamos correndo com pesquisas para saber o que fazer com eles”, diz a gerente.

Rede Angeloni

Há cinco anos, a rede catarinense Angeloni, que agrega lojas, postos de combustíveis, farmácias e centros de distribuição, consegue tratar 94% do lixo que gera em suas operações. Os resíduos são encaminhados para empresas de reciclagem ou campos de compostagem.

“Um dos nossos campos fica dentro de um centro de recuperação de dependentes químicos. Com a ação, conseguimos ainda promover a reinserção social”, conta Atanázio dos Santos Netto, diretor operacional e de expansão da rede.

O adubo gerado nesses pontos de compostagem é disponibilizado para os clientes. Já os materiais eletrônicos são enviados para um centro comunitário que reforma as peças e utiliza os materiais na inserção digital de comunidades carentes.

Como a rede conta com postos de gasolina, os óleos automotivos e panos sujos de graxa também são destinados corretamente para locais que reciclam esses compostos. As farmácias também entram na ação e contam com postos de coleta para que os consumidores depositem os medicamentos vencidos ou não mais usados nas caixas de recebimento. “Contamos com a ajuda do Programa Lixo Zero para conseguir colocar em prática todas essas iniciativas em nossas redes”, conta Atanázio.

Para outros supermercados catarinenses que desejam fazer a gestão de resíduos, a ACATS, em parceria com o Instituto Lixo Zero, uma ONG sem fins lucrativos que dissemina ações para gerar menos resíduos e um consumo mais sustentável, oferece as diretrizes para o Programa “Supermercado Lixo Zero”.

São Paulo

Ações semelhantes aos supermercados catarinenses acontecem em lojas do interior de São Paulo. A rede São Vicente, por exemplo, destina 120 toneladas de papelão, 9 toneladas de plástico e 6 toneladas de vidro e metais para programas de descarte adequado.

No quesito ambiental, todas essas grandes mudanças das redes varejistas podem aliviar o acúmulo de resíduos nos aterros sanitários, principalmente os orgânicos. Os gases dos alimentos desperdiçados são tão nocivos quanto a poluição por fumaças automotivas e de indústrias e, caso não sejam controlados, podem contribuir para o aquecimento global, além da poluição do ar.

 

Texto produzido em 08/01/2018


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