26 de Julho de 2024,13h00
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Com o crescimento do mercado de carros elétricos, a reciclagem de baterias de lítio se transformou numa questão central para garantir que a transição para matrizes energéticas sustentáveis não se transforme em um novo problema ambiental.
Afinal, elas são compostas por metais pesados e químicos tóxicos, não são biodegradáveis e podem contaminar lençóis freáticos sem a disposição final adequada e ecologicamente responsável.
Diante esse desafio mundial, a USP, por meio do Laboratório de Reciclagem, Tratamento de Resíduos e Extração (Larex), tem desenvolvido avanços significativos no reaproveitamento deste tipo de resíduo.
Pós-doutorando e integrante da equipe do Larex, o pesquisador Amilton Botelho explica que os métodos tradicionais atuais - que envolvem reações térmicas em altas temperaturas - são caros e ineficientes, além de contribuírem para o efeito estufa.
Para resolver esses problemas, conta Botelho, o laboratório adotou a hidrometalurgia, técnica que utiliza um processamento em água, sob temperaturas muito mais baixas, em torno de 90 graus Celsius.
Essa nova abordagem permite a recuperação de 95% dos materiais presentes nas baterias, incluindo plástico e grafite, afirma o especialista. Além disso, os resíduos restantes podem ser reutilizados em outros processos industriais, fato que torna a operação mais sustentável e financeiramente viável.
O processo criado pelo Larex está em fase piloto, já opera em escalas maiores e demonstra a cada dia um bom potencial para aplicação industrial, em larga escala. Para se ter uma ideia, a equipe conseguiu ampliar a capacidade de processamento de 100ml para volumes entre 20 e 60 litros, feito inédito no mundo.
“Existem vários problemas para serem resolvidos. Um dos grandes desafios é fazer com que apenas um único método consiga atender a diversos tipos de modelos de baterias. Existem vários tipos, de diferentes empresas, que atendem diferentes mercados. Como reciclar tudo em um processo industrial só? Essa é uma charada que nós conseguimos resolver com nossa pesquisa. Atendemos a todas essas demandas com o nosso processo”, comemora Amilton.
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