08 de Junho de 2021,09h00
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Informações exclusivas obtidas pela CNN com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) indicam que a economia brasileira perde R$ 14 bilhões todos os anos com o descarte incorreto do lixo reciclável.
Os dados apontam que cerca de 12 milhões de toneladas de resíduos sólidos acabaram descartados no meio ambiente em 2020, material que poderia gerar dinheiro e emprego para milhares de trabalhadores no país.
De acordo com os números divulgados pela Abrelpe, são gerados quase 80 milhões de toneladas de lixo anualmente no Brasil, mas apenas 4% é encaminhada para a reciclagem. O número está bem abaixo da média mundial, de 9%.
Para se ter uma ideia, a Alemanha já recicla aproximadamente 60% dos resíduos sólidos urbanos. Coréia do Sul, Áustria, Eslovênia e Bélgica seguem os alemães no topo do ranking, com mais de 50% do lixo reciclável sendo reaproveitado.
Ainda segundo os números do desperdício divulgados pela CNN, só de resíduos plásticos são desperdiçadas seis milhões de toneladas. Papel ou papelão representam 4,7 milhões do índice de desperdício. Vidro com um milhão e alumínio com 185 mil também aparecem entre os principais materiais não reaproveitados.
A reciclagem é um dos gargalos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que completou 10 anos.
“Então, existe um horizonte bastante amplo para que esses índices sejam melhorados”, disse Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe, aos repórteres da agência de notícias.
O mais recente relatório emitido pela mesma Abrelpe aponta que o volume de resíduos proveniente da coleta seletiva aumentou em 12% durante 2020 em São Paulo. Números oficiais divulgados pela AMLURB indicam 73,5 mil toneladas de lixo reciclável coletados na cidade, uma das dez maiores do planeta.
Na capital, que começa a se transformar em referência para o Brasil, o trabalho se dá por meio dos Contratos de Divisíveis (Concessões). As empresas fazem a coleta e destinam os resíduos para as 26 cooperativas de reciclagem habilitadas. O excedente do material é direcionado para duas CMTs (Centrais Mecanizadas de Triagem).
Mesmo as Centrais Mecanizadas de Triagem, com seus maquinários de seleção, têm as cooperativas administrando tudo o que é coletado. Os materiais são vendidos e o resultado financeiro é revertido para os cooperados.
Atualmente, mais de 900 famílias associadas às 25 cooperativas do município habilitadas são beneficiadas no Programa Socioambiental de Coleta Seletiva.
Texto Produzido em 8/6/2021
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