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Empresa brasileira substitui peças de madeira por isopor reciclado

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Isopor reciclado pode ser transformado em itens de decoração. Foto: Tem Sustentável

Proibido em Nova York, no Canadá e aqui no Brasil, em Fernando de Noronha, o isopor tem chamado a atenção da mídia por cada vez mais cidades aderirem à sua proibição. Isso tem ocorrido porque o material é derivado do plástico, declarado pela ONU inimigo número um do meio ambiente devido a seus efeitos nocivos. Logo, a equação que mostra o alto consumo, aliado ao descarte incorreto e à baixa reciclagem do material resultam em leis que proíbem o uso do componente.

Por outro lado, um grupo de especialistas em reciclagem de isopor acha que a questão tem ganhado contornos de exagero. Eles afirmam que o produto é subestimado pela sociedade e que é possível valorizar a sua utilização por meio do reaproveitamento. Entre esses profissionais do ramo que defendem essa causa está Vanessa Villalta, especialista em EP (poliestireno expandido), nome original do isopor. Essa denominação popular é resultado de uma marca registrada por uma empresa alemã.

A profissional fez uma palestra sobre o assunto na maior feira da América Latina de tecnologias para o plástico e borracha, a Plástico Brasil, que está em sua segunda edição e acontece a cada dois anos no país. Em um espaço de 40 mil metros quadrados, mais de 800 expositores nacionais e internacionais apresentaram suas novidades para a indústria plástica.

Entre as máquinas que produziam sacolas, potes e copos no menor tempo possível, estava o estande da Plastivida, uma associação do setor que tem o objetivo de levantar a bandeira da reciclagem dentro da indústria do plástico. Durante os dias que aconteceram o evento, a entidade promoveu palestras sobre reciclagem e sustentabilidade, incluindo a do isopor.

Vanessa foi a convidada da Plastivida para falar sobre o assunto. A profissional trabalha na área do reaproveitamento do material há quase 20 anos e afirmou que é possível grandes empresas do setor do plástico e fabricantes de produtos de madeira apostarem no reaproveitamento e obterem lucros.

Ela conta que viu isso acontecer na empresa em que trabalha: a catarinense Santa Luzia Molduras. Há 14 anos, Vanessa vê o isopor usado ser transformado em rodapés, acabamentos para tetos, revestimentos e modernas molduras de quadros e espelhos.

“Os consumidores acham que esses produtos são feitos de madeira. Quando contamos que é isopor reciclado eles ficam surpresos com a semelhança”, revelou.

Desde que fez essa escolha ecológica pelo material reciclado, a empresa deixou de cortar mais de 152 mil árvores. Isso corresponde a um terreno de 550 estádios de futebol arborizados que foram poupados. “Acho que outras empresas podem ser ousadas, fazer essa troca e aumentar o número de árvores vivas”, defendeu.

Para Vanessa, a demanda por produtos feitos com isopor reciclado pode crescer, pois o processo de reciclagem do material é simples e rápido. Primeiro, ele é retorcido e fica com um aspecto semelhante a uma roupa molhada. Depois, esse material é moído e transformado em granulados que possuem tamanho pouco maior que um grão de arroz. É a partir dessa granulação que o material já está pronto para uso e o fabricante pode transformar em qualquer produto que desejar.

Além de transformar em revestimentos e artigos de decoração que parecem de madeira, é possível criar com o material reciclado chinelos, vasos de flores, argamassa, telhas e enchimento para puffs e bancos.

“Atualmente, já existe um mercado que deseja comprar o isopor reciclado”, contou a especialista. Porém, o maior desafio de Vanessa é conectar as cooperativas com os compradores. Ela revela que o material ainda é desvalorizado entre os catadores. Para incentivar a coleta seletiva, a profissional percorre as cooperativas de São Paulo para treinar os cooperados e ensiná-los como fazer um fardo de isopor que seja atrativo para o comprador.

Na capital paulista, por enquanto, oito cooperativas recebem o material. “Estamos trabalhando para que esse número aumente e pretendemos fechar uma parceria com a maior usina de reciclagem de isopor de São Paulo para disponibilizar Pontos de Entregas Voluntários (PEVs) para a população”, concluiu Vanessa.

Saiba quais locais recebem seu isopor usado:

- Ecoponto Bresser

Praça Giusepe Cesari, 54, baixo do Viaduto Bresser

 

- Instituto Osmar de Oliveira

Rua Dona Germaine Burchard, 332, Barra Funda

 

- PEV Casa Verde

Rua Zanzibar, 125, Casa Verde

 

- PEV Vila Guilherme

Rua José Bernardo Pinto, 1480, Vila Guilherme

 

- PEV Vila Madalena

Rua Girassol, 15, Vila Madalena

 

- Supermercado Mambo Pinheiros

Rua Deputado Lacerda Franco, 53

 

- Supermercado Mambo Lapa

Rua Aurélia, 1973, Lapa

 

- Cooperativa Viva Bem

Avenida Presidente Castelo Branco, 7729, Ponte Pequena

 

- Ecoponto Pinheiros

Praça do Cancioneiro, 15, Pinheiros

 

- Instituto Recicle - Posto de Bombeiros Tatuapé

Rua Apucarana, 131

 

- Ecoponto Rua da Prece

Rua da Prece, 296, Vila Prudente

 

- Ecoponto Cachoeirinha

Rua Felix Alves Pereira, 113, Vila Nova Cachoeirinha

 

- PEV Freguesia do Ó

Rua Itaiquara, 237, Parque Monteiro

 

- Supermercado Mambo Vila Leopoldina

Rua Aliança Liberal, 322, Bela Aliança

 

- Walmart Supercenter Morumbi

Avenida Professor Franscisco Morato, 2585, Vila Progredior, São Paulo

 

- Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Tiquatira

Rua Kampala, 200, Penha de França

 

- Ecoponto Vicente Rao

Avenida Professor Vicente Rao, 308, Santo Amaro

Além desses endereços, confira outros locais aqui.

Texto produzido em 04/05/2019


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