diz presidente de cooperativa no lançamento do Movimento Recicla Sampa
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Há 33 anos no ramo da reciclagem, José Geraldo dos Santos, o Tequinho, tira do lixo sua fonte de renda. Além de catador, é também artesão, produz materiais feitos à mão com os resíduos e afirma que a separação do lixo é essencial para seu trabalho. Foi com sua sacola azul feita de materiais recicláveis que ele presenciou na manhã desta quinta-feira, 7 de fevereiro, o evento de lançamento do Movimento Recicla Sampa, no Centro Cultural São Paulo. Seu objetivo era demonstrar apoio à ação, que visa à ampliação da reciclagem na capital paulista.
“A plataforma pode incentivar as famílias a separarem o lixo em casa. Muitas vezes, as pessoas não sabem quais materiais são recicláveis e acabam misturando com material orgânico. Isso dificulta o trabalho das Cooperativas”, disse.
Responsáveis por separar os recicláveis por tipo, como plástico, vidro e papel, garantindo a reutilização do que poderia ser enviado diretamente para o aterro sanitário, as 24 cooperativas cadastradas pela Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), que atuam na capital, têm uma função social que vai além do meio ambiente. Para o presidente da Coopercaps, Telines Basílio Nascimento Júnior, mais conhecido como Carioca, essas entidades têm como missão principal gerar emprego, renda e dar oportunidade para quem foi excluído da sociedade.
"O catador, ao chegar em uma central de triagem ou na sua carroça no dia a dia, a primeira coisa que ele pensa é em ter uma renda e poder, de forma digna, levar o seu pão de cada dia para sua casa”, falou ao público durante o evento.
Carioca acredita que o Movimento levará informação e atuará como importante meio de conscientização para as pessoas. A expectativa, segundo ele, é de que a quantidade de resíduos reciclados enviados às cooperativas aumente a partir do Recicla Sampa. “Espero que essa ação ajude a não deixar faltar material nas nossas centrais de triagem, porque a nossa principal missão é reciclar vidas” ", resumiu.
Resultado de uma parceria entre as concessionárias Loga e EcoUrbis, responsáveis pela coleta seletiva na cidade de São Paulo, o movimento conta com o apoio institucional da Amlurb e da Prefeitura de São Paulo. O objetivo é ajudar os munícipes da cidade que produz diariamente 12 mil toneladas de lixo domiciliar a mudar o seu hábito na separação dos resíduos em dois dentro de suas casas: lixo comum e lixo reciclável. Pedro Luis da Silva, presidente da cooperativa VVV Luz Divina, acredita que a ação valoriza e contribui para o trabalho dos catadores.
“Vai trazer ensinamento tanto para nós, que trabalhamos com a coleta, como para as pessoas em suas casas, ensinando como elas devem tratar estes materiais corretamente”, destacou.
Para Ionilton Gomes de Aragão, idealizador dos projetos Varre Vila e Vila Limpa, que modificou por meio de projetos sustentáveis a realidade de comunidades na periferia de São Paulo, o movimento é apenas o começo de um trabalho enorme a ser realizado na cidade. Entusiasmado com a plataforma por acreditar ser um marco importante não só para a capital, mas para o Brasil, declarou apoio ao movimento.
“Uma vez que se recicla tão pouco e que isso ainda vem sendo feito com muita dificuldade porque a população ainda não entendeu sua importância, o Movimento vem na direção de ajudar essas famílias a compreender o ganho que a reciclagem traz para o planeta e para todo o ecossistema”, disse.
Líder comunitário e educador, Aragão incentiva que projetos como esse se expandam para outros municípios. “As cidades precisam urgentemente investir na reciclagem e nessa mudança de comportamento. Não dá mais para enterrar tanto material com valor tão caro, a gente está o tempo inteiro enterrando grana". Para o líder comunitário, a campanha terá o cunho de conscientização ambiental na medida que se expandir para a periferia e para os grandes centros. “Ela tem que chegar, de fato, nos lares das famílias”, completou.
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