29 de Setembro de 2020,12h00
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A BASF, multinacional de produtos químicos alemã, criou um processo de reciclagem química para colchões usados e está iniciando testes-piloto em sua fábrica de Schwarzheide, em Brandemburgo, na Alemanha.
Os materiais dos produtos antigos devem ser reciclados visando serem reutilizados para a fabricação de novos colchões. "O objetivo é recuperar as matérias-primas com uma qualidade comparável àquelas que não são recicladas/virgens", explica Shankara Keelapandal, da gerência de produto de Isocianatos da Europa. Com essa descoberta, a BASF abre novas ideias para a cadeia de reciclagem.
O processo da multinacional consiste em separar dois materiais que compõem o colchão: o poliuretano flexível e o poliol. A partir disso, a empresa pode produzir novas espumas com uma pegada de carbono significativamente menor, já que menos recursos fósseis serão usados.
"Projetos desta natureza são bastante interessantes, porque, embora os colchões sejam fáceis de recolher e de selecionar, no final do seu ciclo de vida acabam por ser incinerados ou depositados num aterro", explica o diretor técnico do projeto, Arno Volkmann.
Os primeiros volumes dos produtos feitos com material reciclado serão entregues no final deste ano para os parceiros que estão envolvidos nessa iniciativa. A partir disso, eles irão desenvolver novos projetos-piloto em conjunto. "O projeto é tecnicamente complexo, mas o potencial de reduzir os volumes de resíduos e economizar recursos faz com que tudo valha a pena" comenta Keelapandal.
Uma pesquisa feita pela Fundação Espaço Eco® (FEE) para a Associação Brasileira das Indústrias de Colchões (Abicol) chamada "Comparação do desempenho ambiental e econômico da destinação final de colchões" revela que ao enviar mil colchões de espuma usados para o coprocessamento (destinação adequada e sustentável de resíduos para fornos de cimento) pouparia o consumo energético equivalente a 12 residências durante um ano. Também evitaria a emissão de 10 toneladas de carbono para a atmosfera, algo que representa uma viagem em torno da Terra em um carro de passeio.
“Avaliamos o desempenho ambiental e econômico do que seria viável no Brasil, levando em conta a destinação para aterro, reciclagem mecânica, coprocessamento ou recuperação energética”, explica Rafael Viñas, gerente de Sustentabilidade Aplicada da FEE. “O novo processo de reciclagem química é a combinação de alternativas mais ecoeficientes. É um dado interessante para fomentar a estruturação de logística reversa e parque industrial para esta destinação na América do Sul”, considera.
Fonte: Agrolink
Texto produzido em 17/08/2020
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