04 de Setembro de 2020,11h00
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Vale tudo para chamar a atenção das pessoas sobre os problemas do lixo e o aquecimento global? Para o artista performático Thiago Cóstackz a resposta é sim. Ele já chegou a dançar em cima de um iceberg no Oceano Ártico com roupas de sua própria criação (inspiradas nos grafismos do povo índigena Potiguaras do Rio Grande do Norte) para alertar o planeta sobre as consequências devastadoras do excesso de plástico e consumo desenfreado.
“Geralmente, é perigoso se movimentar em cima de icebergs, mas eu me arrisquei pela causa ambiental", disse. Thiago está há mais de 10 anos envolvido com o meio ambiente e possui um currículo de peso: é artista plástico multimídia, documentarista, ativista ambiental e embaixador nacional de sustentabilidade da Puma Sports, marca esportiva.
Da Groelândia a Amazônia, juntamente com sua ONG, a SOS Terra, navegou por vários países para denunciar os problemas ambientais encontrados por onde passava.
“As montanhas da Groelândia já estão ficando verdes, parece bonito, mas isso é um péssimo sinal, pois significa que as geleiras no topo estão derretendo e isso pode ter consequências irreversíveis e gravíssimas”.
O que acontece em uma ilha tão remota e distante pode reverberar no mundo inteiro, até mesmo no Brasil. A Amazônia, por exemplo, pode ter parte da floresta perdida, pois se o desgelo continuar, a bacia hidrográfica pode ocupar grande parte do território cheio de vegetação e de espécies nativas. “O efeito contrário também acontece. O que fazemos de errado no meio ambiente brasileiro repercute nesses lugares gelados que são o polo do mundo”.
O plástico foi o produto mais achado por Thiago na região Amazônica e também em lugares de outros países inóspitos e de difícil acesso. “Falamos tanto das consequências ambientais que, às vezes, parece que é algo que ocorre longe de nós, mas não é. Fiz essa viagem para mostrar os problemas graves e reais que estão acontecendo globalmente”.
Usando o poder da arte para colocar holofotes em questões tão sérias, o artista fez um documentário chamado “A Terra de Frente” e um livro que recebeu o nome de “Tupiland Goes To Greenland”. Além disso, ele dá palestras em escolas sobre o que viu durante a viagem. “Temos que falar sobre esses problemas pra muita gente, até mesmo para as crianças que estão conhecendo o planeta agora”, disse.
Thiago esteve envolvido em mais de 50 ações pelo Brasil e em países como Rússia, Islândia, Holanda, Estados Unidos, Inglaterra, Groelândia (Dinamarca) e Itália. Além de intervenções artísticas em lugares como o Oceano Glacial Ártico, Atlântico Sul, Caatinga e Floresta Tropicais.
Seu nome tem sido associado a grandes realizações para astros internacionais, como Roger Waters (um dos fundadores da banda Pink Floyd), que o escolheu para realizar uma performance ambiental colocando como foco as questões mais urgentes para o planeta e para os direitos humanos. Isso aconteceu no Brasil em um show para 60 mil pessoas, em 2012.
Em São Paulo, em 2019, na avenida Paulista, Thiago fez a intervenção “Oceano Plástico”, utilizando um balão gigante de sete metros em formato de baleia para alertar o público sobre o consumo desenfreado do material presente nos mares e suas consequências para a vida marinha.
A barriga do animal era transparente e foi “alimentada” com sacos plásticos. “Além de ser palco de todo tipo de manifestações, a Avenida Paulista reúne pessoas que passeiam sem pressa e dispostas a contemplar arte ou absorver reflexões que possam contribuir para uma sociedade mais consciente e que impacta menos o planeta”.
Hoje, o artista lançou o livro “Tupiland Goes to Greenland”, em edição bilíngue, e o documentário “A Terra de Frente”. Para assistir ao trailer, clique aqui.
Texto produzido em 20/03/2020
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