19 de Setembro de 2019,12h00
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Você já se perguntou quantas vezes uma latinha de refrigerante pode ser reciclada? E aquele papel que já foi reciclado, pode ser reaproveitado mais de uma vez? A resposta para esses questionamentos é: sim. O mesmo papel, plástico, metal ou vidro pode ser reciclado diversas vezes ao longo da sua vida. O que é interessante entender é qual a durabilidade de cada um deles e porque alguns materiais perdem sua resistência ao longo dos anos.
Não há limites para que as latinhas retornem ao seu ciclo de produção, o que significa que esse material pode ser reciclado infinitas vezes. Isso porque ele não perde a qualidade no processo de reaproveitamento. De acordo com a Associação Brasileira de Latas de Alumínio (Abralatas), das 303,9 mil toneladas de latinhas colocadas no mercado em 2017, 265,8 mil toneladas foram recolhidas e recicladas, alcançando um índice de 97,3% de reciclagem.
Desde 2004, esse número se mantém acima dos 90%, dando ao Brasil o título de líder mundial na logística reversa desse produto. Em razão da alta demanda industrial e do consumo, este é o item mais valorizado entre os catadores e as cooperativas. Uma tonelada pode ser vendida por 5 mil reais no estado de São Paulo.
O cobre é um dos materiais mais antigos e mais utilizados em todo o planeta. Presente principalmente em eletroeletrônicos e eletrodomésticos, ele também não perde nenhuma característica da sua propriedade durante o processo de reciclagem. No entanto, sua reciclagem é uma necessidade urgente por ele ser um minério que precisa ser extraído diretamente da terra.
“Extrair esse minério do meio ambiente já está trazendo sérios problemas ambientais”, é o que alerta o bioquímico especialista em coleta seletiva e sustentabilidade, Mateus Medonça.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), cerca de 24 milhões de toneladas do material são utilizadas por ano no mundo, mas apenas 35% dessa matéria-prima foi reestabelecida ao ciclo produtivo por meio da reciclagem.
Segundo o bioquímico, a reciclagem do cobre é necessária porque ajuda a manter a cadeia produtiva, além de suprir a alta demanda global do uso do componente. O processo também preserva o ecossistema economizando energia e diminuindo a emissão de gases poluentes na fabricação de um novo produto. Atualmente, a venda do componente para reciclagem está em torno de 16 reais, o quilo.
Assim como o cobre, o vidro é também um dos materiais mais usados pela humanidade. Considerado uma substância infinitamente reciclável, não perde suas características quando reaproveitado. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), as empresas fabricantes de produtos com esse componente optam por usar 40% do caco de vidro, ou seja, do resíduo, em uma nova embalagem e 60% de composto virgem.
No Brasil, o mercado produz mais de 8,6 bilhões de unidades por ano, o que equivale a 1,3 milhão de toneladas do material. No que se refere à venda, uma tonelada da substância vale 180 reais. Saiba mais sobre o vidro reciclado clicando aqui.
O papel é o que tem a vida mais curta dentro do processo de reciclagem. Ele aguenta apenas de cinco a sete reciclagens, isso porque sua composição é de fibras sensíveis e leves. O de jornal, por exemplo, é o mais frágil da categoria.
A cada reciclagem, as fibras ficam mais curtas, grossas e rígidas, sendo necessário, na maioria dos casos, a adição de substâncias virgens para a composição de um novo produto, o que dificulta o processo da reciclagem. No Brasil, a média de preço de uma tonelada de papel branco gira em torno de 800 reais.
Por ter fibras grossas e mais longas, o papelão pode ser reciclado por mais vezes que o papel comum e transformado em novos produtos de papel. De acordo com a Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), existem dois tipos de papelão que são recicláveis: os corrugados, aqueles que são embalagens mais grossas que armazenam eletrodomésticos pesados como TV, fogão e outros itens; e o de embalagens mais finas, como caixas de cereais, caixas de sapato e comida congelada. Para ambos, limpos e prensados, a tonelada custa em média 580 reais.
A reciclagem deste produto é considerada a mais complexa dentre os materiais. Isso porque existe uma variedade enorme de tipos de plástico que se diferem entre ser reciclados apenas uma vez, ou várias. No seu processo de fabricação, o produto é dividido entre: termoplásticos e termofixos. De acordo com o bioquímico Mateus Mendonça, o grupo mais fácil de se reciclar é o dos termoplásticos, porque eles não sofrem alteração na sua estrutura química durante o processo de aquecimento e podem ser reciclados várias vezes.
Já os termofixos, são mais duros e resistentes e dificilmente será possível moldá-los no processo de reciclagem. Chinelos, brinquedos e cabos de panela são exemplos dessa categoria. “O material é projetado para ser resistente e duradouro, por isso é muito difícil quebrar a estrutura que compõe esses materiais e reciclar”, explica o especialista que trabalha há 12 anos com reciclagem.
Plásticos (termoplásticos) recicláveis |
Plásticos (termofixos) não recicláveis |
PET – garrafas de refrigerantes, sucos, água mineral e óleo de cozinha |
Borracha vulcanizada (pneus) |
PEAD – Sacolas de compra, frascos de iogurte, embalagens de xampu e produtos de limpeza |
Baquelite (cabos de panelas, tomadas, plugues e outros) |
Policloreto de vinila – vinil não-plastificado em garrafas transparentes, vinil plastificado em mangueiras, solas de sapato e tubos |
Resina melamínica (quadros brancos escolares, pisos laminados e outros) |
Polietileno de baixa densidade (PEBD) – forro de plástico preto, tampas de potes de sorvete e cestos de lixo |
Resina Epóxi (líquido usado para artesanato e decoração) |
Polipropileno (PP) – pacotes de batata frita, canudos, embalagens transparentes |
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Poliestireno (PS) – talheres de plástico, copos para bebidas, embalagens de comida e caixas de fruta |
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Outros – acrílico e náilon |
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Papéis recicláveis |
Papeis não recicláveis |
Jornal |
Papel engordurado/ sujo |
Papéis de impressora em geral |
Carbono |
Saco de papel |
Celofane |
Papel de escritório |
Papel plastificado |
Papéis de revista |
Papel parafinado (fax) |
Papel branco |
Papel metalizado |
Papel misto |
Papel Laminado |
Papelão |
Papel toalha e higiênico |
Embalagem Longa Vida |
Guardanapo com comida |
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Papel vegetal |
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Papel siliconizado |
Metais recicláveis |
Metais não recicláveis |
Alumínio em geral |
Clipes |
Aço em geral |
Grampos de cabelo |
Tampas |
Esponjas de aço |
Ferragens |
Latas de tinta ( o recomendado é que elas estejam sem excesso de sobra do produto - tinta) |
Canos |
Latas de combustível |
Esquadrias |
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Fonte: Capesesp, Procobre, Mercado mineiro, Abralatas, Cempre
Texto produzido em 18/01/2019
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