31 de Dezembro de 2021,18h00
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Não é novidade para ninguém que resíduos plásticos e outros detritos se espalham pela maioria das regiões costeiras urbanas dos quatros cantos do mundo e o lixo reciclável lançado nos canais das cidades é carregado para o mar e volta à praia com as marés.
Entre os campeões da poluição das águas estão os chinelos de dedo. Seja por terem sido levados pela correnteza, ou descartados incorretamente, a todo momento milhares desses chinelos vão parar nos rios e mares.
Pensando em saídas para ajudar a minimizar o impacto no meio ambiente deste tipo de resíduo, o artista marfinense Aristide Kouame, de 26 anos, uniu criatividade e sustentabilidade e passou a transformar todo esse lixo reciclável em arte.
Basicamente, Kouame corta as solas de borracha e plástico e cria moldes e peças que ele monta em grandes colagens. Seja pela questão estética ou pela produção sustentável, suas obras já são avaliadas em torno de R$ 5 mil cada uma.
Os métodos que misturam sustentabilidade e originalidade de Kouame chamaram a atenção do establishment artístico mundial em poucos anos e suas obras se encontram expostas em galerias nacionais e estrangeiras.
Além disso, ele faz a própria tinta triturando os restos remanescentes em pilhas de pigmento tecnicolor.
“Este é o lixo que as pessoas jogaram no mar e o mar traz de volta para nós porque não o quer”, diz Aristide em uma praia de Abidjã, capital comercial da Costa do Marfim.
Estima-se que cerca de 8,8 milhões de toneladas de lixo plástico acabam nos oceanos todos os anos. Além do desequilíbrio ecológico, os resíduos se decompõem em partículas minúsculas que entram na cadeia alimentar dos peixes e dos animais marinhos e podem chegar ao organismo dos seres humanos. Microplásticos já foram encontrados em quase todas as fontes de alimento oceânicas, como crustáceos e moluscos.
Praticamente todo o lixo plástico presente nos oceanos vem do descarte incorreto nos portos, praias e ilhas. Os resíduos também chegam aos mares pelos grandes rios, com suas correntezas funcionando como esteiras. Uma vez no mar, grande parte do lixo plástico permanece próximo das zonas costeiras.
Texto produzido em 31/12/2021
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