Recicla Sampa - Executiva argentina defende leis mais rigorosas sobre uso do plástico
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Executiva argentina defende leis mais rigorosas sobre uso do plástico

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Profissional fala sobre suas experiências em ações para reduzir material em seu país

Quando o assunto é reciclagem, Brasil e Argentina jogam no mesmo time. Assim como as entidades brasileiras, as argentinas também lutam por uma eficiente gestão dos resíduos plásticos e uma melhor conscientização da população para aumentar a coleta seletiva.  

Essa questão foi abordada na Feira Nacional e Internacional do Plástico, a Plástico Brasil, que aconteceu em março de 2019 na São Paulo Expo, localizada na Rodovia dos Imigrantes. Em um espaço de 40 mil metros quadrados, mais de 800 expositores mostraram suas últimas tecnologias para a fabricação de produtos plásticos.

Em meio a tantos maquinários que demonstravam sua eficiência tecnológica, um estande sobre reciclagem chamava atenção. Era o da Plastivida, uma associação brasileira que tem a finalidade de pautar a sustentabilidade na indústria do plástico. Uma das ações da entidade na Feira foi promover um circuito de palestras sobre sustentabilidade para os expositores e interessados.

Entre esses debates, a Plastivida convidou a argentina Verónica Ramos, diretora-executiva da Ecoplas, uma organização que tem o objetivo de levantar a bandeira do meio ambiente dentro do setor industrial e da sociedade, para falar sobre a questão da reciclagem do plástico no país.

“A tarefa é árdua, mas aos poucos estamos convencendo as empresas a implantarem a reciclagem”, contou Verónica. A maior dificuldade, segundo a diretora, é motivar as indústrias. Algumas acabam sendo convencidas pelo bom senso, fruto do trabalho realizado pela Ecoplas de conscientizar o setor para a questão da sustentabilidade. 

O caminho ainda é lento, pois não existem leis nacionais na Argentina que punam as companhias que não fazem a gestão dos resíduos sólidos. O que se tem no governo são apenas projetos de leis que ainda não foram sancionados.

A esperança de Verónica e de todos os ambientalistas é que o governo tenha como base as políticas europeias para se nortear. “Os políticos copiam as leis da Europa. A partir do momento que os europeus proibiram canudos plásticos e embalagens descartáveis, houve mais respeito para a questão da sustentabilidade no país”, relatou.

O aumento de interesse por parte dos governantes surgiu como oportunidade para a ativista ambiental, que aproveitou para se encontrar com representantes políticos e retomar a pauta da sustentabilidade.

O encontro rendeu frutos. A cidade praiana Pinamar conseguiu uma sanção municipal proibindo o uso de canudos plásticos e embalagens descartáveis. “Com isso, garantimos a vida marinha, pois muitos animais confundem o plástico com alimento e acabam morrendo asfixiados. Por enquanto essa é a única lei para resíduos sólidos que temos no país”, revelou Verónica.

Para ampliar a divulgação do assunto no país e chamar atenção dos órgãos públicos, Verónica tem se dedicado a atender a imprensa falando sobre a importância de uma coleta seletiva. Ela acredita que os veículos de comunicação são os meios mais rápidos para repassar a importância da reciclagem do plástico para a sociedade.

“Queremos ultrapassar nosso índice de 12% de reciclagem de resíduos plásticos. Nosso país tem potencial para aumentar essa porcentagem e fazer a economia aumentar por meio da comercialização desse material”, explicou.

Investir nos influenciadores e famosos do país é outra tática que Verónica tem apostado. Um dos vídeos que estão disponíveis nas redes sociais por meio de propagandas e também na página da ONG mostra uma celebridade argentina, o jogador de futebol Charly Iacono, correndo por um parque e coletando embalagens plásticas que encontra no gramado. “Creio que levar o futebol, uma paixão nacional, para abordar a sustentabilidade é uma boa jogada para que todos se animem a fazer a coleta seletiva”, concluiu a argentina.

Texto produzido em 05/05/2019


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