22 de Julho de 2022,16h00
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Mais de 70% dos brasileiros ainda não separam o lixo em comum e reciclável, é o que revela uma pesquisa do Ibope, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Ainda de acordo com os dados divulgados no ano passado, 77% dos brasileiros sabem que boa parte dos plásticos, por exemplo, é lixo reciclável, mas a grande maioria ainda insiste em descartar esses resíduos de forma inadequada.
E mesmo que 73% das cidades do país já tenham iniciativas de coleta seletiva em sua prestação de serviços, uma pequena parcela do lixo reciclável é destinado de forma correta para a reciclagem nesses municípios.
“Muito dos materiais recicláveis são descartados junto com os que não são recicláveis e com isso há uma contaminação dos materiais bons”, explica a diretoria da Abrelpe para o portal Um Só Planeta.
Mas nem só de más notícias vive a reciclagem do lixo no Brasil!
No ano passado, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), batemos o nosso próprio recorde com o índice de reciclagem de latinhas chegando próximo dos 99%.
De um total de 33,4 bilhões de latinhas comercializadas no mercado brasileiro, 33 bilhões cumpriram o caminho da economia circular e foram recicladas, retornando às prateleiras.
Além disso, o Brasil já conta com 3,4 mil pontos de coleta de lixo eletrônico espalhados por todas as regiões do país, informa a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree).
Ainda segundo a Abree, 21 centrais de logística reversa foram instaladas nas principais capitais e atendem cerca de 1,5 mil municípios. Mais de um milhão de quilos de equipamentos foram coletados em 2021.
O Senado Federal aprovou em novembro de 2021 a proposta da Câmara dos Deputados que cria incentivos à indústria da reciclagem e a criação dos fundos de Apoio para Ações voltadas à Reciclagem (Favorecicle) e de Investimentos para Projetos de Reciclagem (ProRecicle).
O PL 6.545/2019 tem três eixos: incentivos fiscais à reciclagem do lixo a serem concedidos pela União a projetos da cadeia produtiva do setor, criação de um fundo para apoio à atividade e emissão de títulos para financiar projetos.
Para a Diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional das Indústrias, Mônica Messenberg, o Brasil pode se transformar nos próximos anos em uma potência mundial em economia circular.
Segundo a executiva, são muitas as nossas vantagens em relação aos demais países: abundância de recursos naturais e maior biodiversidade do mundo, indústria diversificada e amplo mercado consumidor, além de um corpo científico bastante qualificado.
Apostando nisso, a CNI incluiu a economia circular como um dos pilares da estratégia de baixo carbono do setor industrial brasileiro. Os outros pilares são a conservação florestal, a transição energética e a precificação de carbono.
“Para transformar as vantagens do país numa alavanca para o desenvolvimento sustentável, é preciso políticas públicas e um sistema de governança que impulsionem a economia circular. Tudo isso vinculado à estratégia de neutralidade de carbono”, opina Mônica.
Texto produzido em 22/7/2022
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