06 de Dezembro de 2021,13h00
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Quando se fala no uso de fraldas descartáveis, não há dúvidas de que esse material gera um grande impacto ao meio ambiente. Elas se acumulam aos montes em lixões e aterros sanitários e demoram cerca de 500 anos para se decompor.
Mas então, como amenizar seus danos sem voltar ao passado das fraldas de pano reutilizáveis?
Foi pensando nisso que a multinacional de produtos de higiene Kimberly-Clark, dona da marca Huggies, em parceria com a Boomera, empresa especializada em logística reversa, desenvolveu um programa para a reciclagem de fraldas descartáveis.
Batizada de Minha Primeira Reciclagem, o projeto promete coletar fraldas utilizadas em escolas e reciclar os resíduos para que sejam inseridos no contexto da Economia Circular.
Ainda em fase inicial, onze escolas da região metropolitana de São Paulo participam da iniciativa, que pretende conscientizar pais, alunos e comunidades, oferecendo apoio e informação.
As escolas participantes recebem orientações para armazenar as fraldas descartáveis, que serão, semanalmente, recolhidas e levadas para reciclagem usando a tecnologia da Boomera.
Com base na política dos 5R´s, o programa visa reduzir a geração de lixo através da mudança de comportamento diante do consumo e na forma como os consumidores lidam com os resíduos. Após isso, a última etapa será a transformação do material, que será reciclado.
De acordo com a empresa, a iniciativa pode reciclar em torno de 100 toneladas no primeiro ano.
"A jornada de sustentabilidade da Kimberly-Clark está presente em várias etapas da cadeia produtiva dos nossos produtos, desde a matéria-prima utilizada, até práticas adotadas na linha de produção e logística. Com o programa piloto Minha Primeira Reciclagem nós estamos ampliando essa atuação", diz Andrea Rolim, presidente da Kimberly-Clark no Brasil.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), foram 5,6 bilhões de fraldas vendidas ao consumidor no mercado brasileiro no ano de 2009 e 7,9 bilhões no ano de 2014, o que levou o Brasil ao patamar de terceiro maior consumidor de fraldas descartáveis do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
Poucos realmente se dão conta do papel de vilã das fraldas descartáveis. A quantidade utilizada é muito grande. Estima-se que cada criança utilize em torno de 5500 delas nos primeiros dois anos e meio de vida, gerando até 400 kg por ano.
No total, são 3,4 milhões de toneladas por ano, o que representa 2,1% do lixo urbano que vai direto para aterros ou lixões.
Uma fralda descartável tradicional é composta por um interior absorvente que normalmente é feito de fibras de celulose (papel) e um polímero absorvente (plástico).
Também é adicionado poliacrilato de sódio, um sal que ajuda a absorver mais líquidos. A camada interna é feita com um tecido à base de papel que permite que os líquidos escorram até o interior absorvente.
Camadas plásticas externas adicionais e elásticos ajudam a segurar a fralda e impedir vazamentos. Por fim, adesivos plásticos são usados para deixar todas essas camadas juntas. Ou seja: plástico, plástico, plástico, papel e produtos químicos da sua casa, direto para o meio ambiente.
Texto produzido em 6/12/2021
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