07 de Julho de 2021,17h00
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Uma iniciativa do Instituto de Química e da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP de Araraquara, em parceria com a Cooperativa Acácia, vai capacitar os agentes ambientais da cidade do interior paulista em um programa para a gestão correta de resíduos recicláveis.
De acordo com a equipe de alunos e professores envolvida no projeto, o objetivo é aperfeiçoar o trabalho realizado pelos catadores de lixo reciclável através de ações que promovam a educação ambiental e colaborem com a sustentabilidade do planeta.
Ainda segundo os idealizadores da iniciativa, a ideia é implementar um programa de gestão de resíduos sólidos nas unidades de ensino da Universidade com foco na correta separação do que pode ser reciclado, reduzindo a quantidade de lixo nos aterros e minimizando os impactos no meio ambiente.
“Vamos tratar da responsabilidade de cada um frente à geração e segregação dos resíduos, estabelecendo protocolos de descontaminação de recipientes como vidros e plásticos utilizados para guardar reagentes químicos. Além disso, pretendemos adequar as condições dos locais de armazenamento do lixo reciclável para que os materiais não sejam danificados por chuvas e que a sua retirada seja de fácil acesso ao veículo da Cooperativa”, explica Cintia Milagre, professora do IQ e coordenadora do projeto.
Ainda segundo a docente, os catadores também receberão cursos de capacitação para que desenvolvam técnicas de abordagem, negociação e de prospecção de mercado. A ideia é ensiná-los a aumentar a margem de lucro nas vendas do material recolhido.
Os trabalhadores terão ainda orientações para aprimorar o manejo de lixo eletrônico, assim como auxílio para identificar os produtos que possuem maior valor agregado. A expectativa é de que a quantidade de material reciclável arrecadado aumente, no mínimo, 20% nos próximos meses.
Presidente da Cooperativa Acácia, Helena Francisco da Silva comenta o impacto da pandemia no setor da reciclagem e destaca a importância do projeto neste momento de crise.
“Desde março do ano passado, arrecadamos cerca de 120 toneladas a menos de lixo reciclável e tivemos que afastar, preventivamente, mais de 40 profissionais do grupo de risco. Por isso esse projeto vai ser muito importante para nós. E não apenas para aumentar nossa arrecadação, mas também para tirarmos proveito de materiais que ainda desconhecemos o valor. Esse empoderamento que a Unesp irá nos oferecer é importantíssimo”, afirma Acácia.
Informações exclusivas obtidas pela CNN com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) indicam que a economia brasileira perde R$ 14 bilhões todos os anos com o descarte incorreto do lixo reciclável.
Os dados apontam que cerca de 12 milhões de toneladas de resíduos sólidos acabaram descartados no meio ambiente em 2020, material que poderia gerar dinheiro e emprego para milhares de trabalhadores no país.
De acordo com os números divulgados pela Abrelpe, são gerados quase 80 milhões de toneladas de lixo anualmente no Brasil, mas apenas 4% é encaminhada para a reciclagem. O número está bem abaixo da média mundial, de 9%.
Texto produzido em 07/07/2021
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