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Revestimentos sustentáveis são alternativas para decoração

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Itens como isopor e plástico reciclado são transformados em produtos de obras. Foto: Skitterphoto / Pexels

Já pensou em mudar o ambiente que você mora sem fazer grandes reformas? Além de menos dor de cabeça e gastos exagerados, você ainda contribui para uma redução na geração de resíduos de construção civil, o que chamamos de entulho.

Dados da Pesquisa Setorial da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil (ABRECON) apontam que as pequenas obras, ou seja, as reformas que fazemos despretensiosamente em casa, são as responsáveis por cerca de 60% a 70% da massa total de resíduos de construção gerados no país.  

Optar por uma obra mais sustentável é uma boa alternativa para mudar esse cenário. Foi pensando em soluções que empresas do ramo lançaram revestimentos sustentáveis no mercado, a fim de oferecer acabamentos que permitem mudar a cara de um ambiente sem grandes trabalhos. Colocação ágil, que dispensa mão de obra especializada, e o reaproveitamento de materiais, que para muitos seriam considerados lixo, são apenas dois dos benefícios de se fazer uso desse tipo de solução.

Produzidas a partir de garrafas PET pós-consumo, as pastilhas da Rivesti possuem em sua composição 85% de plástico reciclado e apenas 15% de aditivos minerais, isentos de materiais pesados ou contaminantes. De acordo com Rafael Sorano, fundador e CEO da empresa, a tecnologia fabril foi criada para se contrapor ao grave problema ambiental que a indústria tradicional de revestimentos representa. “Para o planeta, cada m² de pastilhas Rivesti evita o lançamento de 3kg de CO2 na atmosfera e retira do meio ambiente 66 garrafinhas PET”, afirma.

Com o objetivo de proporcionar fácil instalação, incentivando a prática do “faça você mesmo”, a empresa garante que os revestimentos podem ser aplicados diretamente sobre qualquer superfície, incluindo as preexistentes. A marca também homenageia a biodiversidade brasileira ao nomear cada uma das 33 cores do material com nomes de árvores da Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pampa ou Pantanal.

“Esses biomas representam 22% da flora mundial e muitas dessas árvores estão em processo de extinção. Essa é uma maneira de propormos uma reflexão sobre o legado que será transmitido às gerações futuras”, explica Rafael.

Seguindo a proposta de reaproveitar o que iria para o lixo, a Santa Luzia apresenta três modelos de revestimentos que são fabricados a partir de resíduos de poliuretano descartados por fabricantes de refrigeradores, carros e pranchas de surfe, ou oferecidos por cooperativas que recebem esse material. “O material é moído e passa por processos de tecnologia desenvolvida pela própria Santa Luzia até ganhar a forma desejada para as peças, que são enviadas para nossa matriz, onde recebem pintura e acabamento final”, explica Josilene Pereira, coordenadora de vendas da empresa

Segundo ela, a iniciativa nasceu em 2002 quando 98% da matéria-prima principal utilizada na fabricação dos materiais da empresa foi substituída pela reciclagem de resíduos plásticos. Mas, foi apenas em 2011 que a Santa Luzia passou a comercializar revestimentos sustentáveis, primeiro com a linha Ecobrick e, atualmente, com as coleções Urbanbrick e Six, que se diferenciam entre cores, medidas, relevos e paginações.

Logística reversa

A preocupação em reinserir o material no ciclo produtivo está presente no processo das duas empresas. Ambas oferecem um produto capaz de ser removido integralmente de um ambiente sem que aconteça a perda de sua utilidade e podendo ser reaproveitados em um outro local. 

As placas também podem ser encaminhadas para reciclagem ao fim do seu ciclo de vida. A Rivesti recebe em suas duas lojas de fábrica os revestimentos, já a Santa Luzia, oferece um programa de logística reversa no atendimento às construtoras e incorporadoras, visando coletar resíduos utilizados nos empreendimentos. "Revendas e distribuidores também podem destinar as sobras de produtos da Santa Luzia para nossas unidades", explica Josilene.

Essas são algumas das alternativas mais saudáveis – e mais sustentáveis – que as pessoas têm procurado para inserir nos seus ambientes. Acostumada com esse tipo de preocupação, a especialista em design circular Carla Tennenbaum afirma que existe cada vez mais interesse da população em utilizar materiais recicláveis. “Essa é uma indústria muito poluente, que desperdiça muitos materiais, então faz muito sentido que haja uma preocupação que traga esse critério de saúde e circularidade: é saudável para mim? É saudável para o meio ambiente? ”, explica a profissional, co-fundadora do projeto Ideia Circular, que busca discutir a Economia Circular presente no mundo do design.

O futuro é circular

"Queremos que produtos e processos sejam desenhados com inteligência e intencionalidade desde o início" é um dos trechos do manifesto O lixo é um erro de design, lançado pelo projeto criado pela arquiteta Léa Gejer com o apoio de Carla. Baseado no conceito de Cradle to Cradle (C2C), “do berço ao berço", segue a filosofia central de que os recursos devem ser produzidos já para serem reutilizados. Ou seja: antes mesmo da concepção dos materiais, é importante que eles passem por uma lógica circular de criação, onde cada passagem de ciclo se torna um novo "berço".

De acordo com Carla, duas questões devem ser levadas em consideração quando falamos de um produto sustentável para colocar em nossas casas: a saúde e a circularidade. No quesito saúde, é importante entender qual a procedência da matéria que forma aquele material e que tipo de emissão ele está colocando no ambiente. No que diz respeito à circularidade, entender o que acontece com esse revestimento depois e se certificar de que ele será reinserido na cadeia de produção.

“Consideremos que um produto sustentável, seguro e circular tem a preocupação com a toxidade e com a saúde de quem estará usando aquele ambiente”, conclui.

Texto produzido em 20/01/2020


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