18 de Junho de 2020,12h00
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É possível que a maior metrópole do Brasil seja um local sustentável? Arquitetos especialistas em urbanizações verdes debateram sobre a questão no evento virtual “Encontro Lixo Zero”.
“Natureza e urbanização hoje se fundem, é muito difícil separar os dois”, acredita a arquiteta Anna Júlia Dietzch. A profissional é responsável por projetos sustentáveis em algumas cidades, como Nova York e a própria capital paulista. Para se ter uma ideia, ela participou da elaboração da Praça Victor Civita, na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
O local é um exemplo de sucesso, já que é fruto de uma recuperação de uma área degradada. De 1949 até o final dos anos 80, o lugar abrigava um incinerador de lixo, o que causou a contaminação do solo. Através de uma parceria público-privada entre a Prefeitura e a Editora Abril foi possível recuperar ambientalmente a área de aproximadamente 14 mil m².
Os moradores da região de Pinheiros foram ouvidos e pediram para que o local fosse transformado em um espaço cultural e mais sustentável. E foi dessa maneira que o projeto saiu do papel e virou um ambiente com palco a céu aberto, horta, oficinas culturais, academia e outras atividades.
Assim como o que aconteceu na Praça, o cidadão precisa participar das mudanças verdes que acontecem em sua cidade. “Nova York é outro exemplo em que as pessoas fizeram pressão para fechar o lixão da região, o Fresh Kills. Hoje, esse local está sendo regenerado, possui água limpa, a fauna está voltando e isso é só o começo, pois o parque planejado só ficará pronto em 30 anos”, disse Anna Júlia.
Os moradores da capital paulista precisam se apropriar dessas escolhas mais sustentáveis para a cidade, de acordo com Marcos Galhego, assessor técnico da Câmara de Vereadores de São Paulo.
"Quanto mais as pessoas participarem dessas mudanças, mais teremos êxito em caminhar para um município mais sustentável".
Nos tempos de hoje, de isolamento social, o arquiteto Marko Brajovic relembrou que em locais como Veneza, Rio de Janeiro e algumas cidades da Ásia, foi possível ver os animais voltando para os centros urbanos, já que os lugares estavam mais vazios e com menos poluição. “Temos que parar de viver com o conceito de que cidades são uma espécie de máquina, e começar a enxergar que podemos ficar em comunhão com a natureza e os animais. Podemos habitar todos juntos a mesma região como uma espécie de organismo vivo”, disse. Com mudanças de hábitos, participação da sociedade, consciência ambiental e engajamento é possível ter uma capital mais verde. E você? Tem feito a sua parte?
Texto produzido em 27/05/2020
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