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Visitas às Centrais Mecanizadas de Triagem incentivam coleta seletiva

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Concessionárias abrem as portas para que população conheça as máquinas das Centrais Mecanizadas de Triagem (CMT) que possuem tecnologias para separar os resíduos de forma eficiente: Foto: D4G

Toda sexta-feira uma equipe de profissionais da Loga, concessionária que realiza a coleta de resíduos da região Noroeste da capital, dedica o dia para receber estudantes e moradores da cidade. O ponto de encontro é a Central Mecanizada de Triagem (CMT) e Estação de Transbordo Ponte Pequena, na região central, administrada pela empresa. O mesmo acontece às terças e quintas na CMT Carolina Maria de Jesus, da concessionária EcoUrbis, que cuida dos serviços nas zonas Sul e Leste da capital.

Responsáveis por receber pessoas das mais diversas áreas de atuação, as empresas têm como principal objetivo a conscientização e a educação ambiental. Para isso, contam com um auditório destinado a palestras, com cadeiras que lembram uma sala de aula, e um espaço dentro das centrais mecanizadas onde é possível assistir a todo processo das máquinas que atuam na triagem do material reciclável. Os sistemas dispõem de sistemas tecnológicos usados em países referências no processo, como Alemanha e França.  

Foi pensando nisso que a Semana Lixo Zero incluiu em sua extensa programação na cidade de São Paulo uma visitação à CMT Ponte Pequena e outra à CMT Carolina Maria de Jesus. Os eventos, que aconteceram nos dias 18 e 22 de outubro, respectivamente, contaram com a presença de diferentes profissionais interessados em conhecer o destino de seu lixo.

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Visitantes conhecendo processo das máquinas que atuam na triagem do material reciclável da CMT Carolina Maria de Jesus. Foto: Atelier de Imagem e Comunicação

Uma das inscritas foi a autônoma Lilian Velloso Pereira, 41 anos, que apareceu na concessionária Loga com diversas folhas de anotações e estudou o assunto antes da visita. Ela explicou que entrou em sites de pesquisa, como o Recicla Sampa e o portal da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) para se informar sobre o tema.

“Fiz isso para tirar as principais dúvidas aqui e também porque pretendo fazer palestras sobre a importância de reciclar o lixo para o público infanto-juvenil em escolas”.

Segundo a agente ambiental Érika Ravene, 26 anos, que atua há dois anos na empresa e é uma das responsáveis por fazer palestras sobre o caminho do lixo, o conhecimento ambiental para os jovens é a melhor maneira de formar um cidadão consciente para o futuro. “Nosso trabalho de conscientizar ambientalmente a população de São Paulo, principalmente os jovens, é fundamental para incentivar a prática da coleta seletiva e apresentar a tecnologia de ponta que a cidade possui para fazer a reciclagem”.

Etapas da visitação

O roteiro de visitação é divido em duas partes: teórica e prática. Na primeira, há uma apresentação sobre o descarte correto, ciclo de resíduos e a importância da responsabilidade compartilhada, onde as pessoas podem compreender a dimensão do lixo que geram em números, como o fato de que 1,6 milhão de domicílios geram aproximadamente 6 mil toneladas de resíduos diários.

Já na parte prática, os visitantes entram nas Centrais de Triagem e se deparam com o funcionamento de esteiras, leitores ópticos e agentes ambientais que realizam o processo de controle manual dos resíduos. Embora inauguradas no mesmo ano e com a mesma capacidade de processar 250 toneladas de materiais por dia, as Centrais se diferenciam nos processos.

Na Loga, um fosso de oito metros de profundidade, 10 de largura e 50 de comprimento, recebe o lixo gerado pela região Noroeste da cidade, correspondendo ao peso de quase mil elefantes por dia. “

É empolgante quando vejo as expressões de choque no rosto das pessoas ao observarem a quantidade de lixo que foi gerada diariamente”, diz João Paulo Lopes da Costa, analista técnico da empresa que fica na sala de controle dos resíduos.

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Érika Ravene e João Paulo Lopes da Costa, profissionais da Loga, que recebem os interessados em conhecer o caminho do lixo. Foto: Atelier de Imagem e Comunicação

Há 8 anos na concessionária, João explica aos participantes como é o tratamento do resíduo comum, depositado no fosso e levado para um aterro sanitário em Caieiras. Ele também é o responsável por contar como funcionam as etapas da CMT Ponte Pequena, por onde passam os materiais recicláveis divididos em categoria, como papéis, plásticos, metais, vidros e embalagens do tipo Tetra Pak.

O funcionamento por meio de esteiras também acontece na EcoUrbis, onde o espaço não é dividido com a estação de transbordo, como funciona na Loga. Com uma estrutura ampla, o material descarregado no pátio é transportado por meio de uma pá carregadeira para um rasga-sacos e depois dividido entre grandes, médios e finos.

Com equipamentos que separam os materiais em pesos e formatos e por sensores óticos, os resíduos são distribuídos em esteiras e seguem para a triagem manual com controle de qualidade. Em formato de fardos, são vendidos através de leilão online e geram renda para milhares de famílias que vivem do reciclável.

Os processos encantam a pesquisadora em direitos humanos Leila Izidoro, que frequentou os espaços com o interesse de conhecer qual o papel dos catadores nessas Centrais. “Acredito que esse tipo de visitação é uma forma das pessoas ficarem menos alienadas a respeito do lixo que produzem. Agregou para mim como pesquisadora, mas principalmente como pessoa. Pude tatear o campo e também ter um pouco mais de noção do funcionamento dessa megaoperação no município”.

Multiplicadores

Em ambas Concessionárias, as visitações são realizadas por meio de agendamento prévio. As escolas e instituições que tiverem interesse em conhecer o funcionamento das Centrais podem entrar em contato para realizar a inscrição. Essa é uma maneira que as empresas encontraram para conscientizar a população a respeito da importância da coleta seletiva e criar multiplicadores.

 

Texto produzido 22/10/2019


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