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20 milhões de brasileiros não têm coleta de lixo

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Aproximadamente 9% da população brasileira ainda vive em locais que não têm caminhões de lixo que recolhem seus resíduos diariamente. Foto: Prostooleh / Freepik

Mais de 20 milhões de brasileiros não têm acesso a nenhum tipo de serviço de coleta de lixo. É o que aponta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) por meio de uma pesquisa sobre as características gerais dos domicílios e moradores do país.

Isso representa que aproximadamente 9% da população brasileira ainda vive em locais que não têm caminhões de lixo que recolhem seus resíduos diariamente na porta de casa e precisam de alguma forma dar um fim aos materiais. O estudo mostra que essa parcela de pessoas queima os materiais na própria residência ou deposita em valas

“O uso de valas para depositar o lixo, queimar no próprio terreno e outros destinos incorretos são atividades que expõem a população a doenças, além de contaminar o solo”, ressalta a técnica do IBGE, Adriana Beringuy.

Além disso, queimar lixo é considerado um crime ambiental. De acordo com o advogado José Raphael Gushiken, a fumaça gerada com o ato, além de causar poluição atmosférica, também pode prejudicar a saúde da população e dos animais. “Dessa forma, dependendo da dimensão do caso, a pena prevista para esse tipo de ocorrência pode chegar a cinco anos de reclusão”, diz o especialista.

As regiões Norte e Nordeste registraram as maiores concentrações de residências que queimam o lixo na propriedade, respectivamente de 17,6% e de 15,3%. Ou seja, cerca de 3,4 milhões de moradores do Norte e 9,3 milhões de habitantes do Nordeste queimam o lixo em suas casas. No Maranhão, 31,5% dos domicílios estavam nessas condições, enquanto a Bahia despontava em segundo lugar com 15,5% dos domicílios sem acesso à coleta.

Com relação ao funcionamento dos serviços de coleta de lixo no país, o IBGE também informa na pesquisa que a maioria dos brasileiros é atendida. Em 2018, 83% dos domicílios tinham os resíduos coletados por serviços de limpeza, ou seja, 58,9 milhões de residências.

Do ponto de vista social, o cientista social Gustavo Momberg afirma que 83% da população brasileira ter acesso a coleta domiciliar é algo a ser comemorado, pois é um número que cresce nos últimos anos. Segundo o profissional, esse dado mostra o grau de urbanização e desenvolvimento que o país se encontra.

“É uma lógica: quanto mais infraestrutura, maior a frequência da coleta domiciliar atendendo a sociedade”, conta.

 Prova disso, são as regiões mais urbanizadas: Sudeste, Sul e Centro-Oeste que se apresentam superiores à média nacional, com respectivamente 91,1%, 87,3% e 85,7%. 

Norte e Nordeste ficaram abaixo da média nacional, com percentuais de 70,8% e de 69,6% no total de residências por região que contavam com coleta de lixo por serviços de limpeza. Nessas regiões também são encontradas um maior índice de coleta em caçambas (12,8% e 9,2%), recolhidas, geralmente, por órgãos públicos com menor frequência em locais de difícil acesso. “O recolhimento dos resíduos feitos dessa forma já demonstra uma associação direta entre a questão da desigualdade social e também de acesso à infraestrutura urbana na qual o lixo faz parte”, explica o cientista social.

Para a técnica do IBGE, Adriana Beringuy, os dados da pesquisa servem para que acadêmicos e gestores públicos saibam como está a situação do país e possam ajudar onde há carências. “Para qualificar a pesquisa, cerca de 165 mil domicílios, ou seja, 208 milhões de pessoas no Brasil participaram dos questionários. Tanto da área rural quanto urbana”.  

Os dados completos fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018 (PDAD), que traz informações sobre domicílios, distribuição geográfica da população, sexo e idade e cor ou raça coletados entre os anos 2012 e 2018. Para ter acesso, clique aqui.

Texto produzido em 06/02/2020


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