28 de Julho de 2022,15h00
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Os plásticos como conhecemos, um subproduto da extração de combustíveis fósseis, foram criados há pouco mais de um século. Mas a produção e o desenvolvimento de milhares de novos produtos e embalagens plásticas ganharam um primeiro impulso após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desde então, os plásticos revolucionaram a medicina, tornaram as viagens espaciais possíveis, iluminaram o caminho de automóveis e aviões, e salvaram milhões de vidas com capacetes, incubadoras e equipamentos para o armazenamento de água potável, transformando a era moderna de tal forma que a vida sem eles seria atualmente impensável e irreconhecível.
As conveniências e comodidades que os plásticos oferecem, no entanto, levaram à uma cultura do “consumir e descartar” que acabou por revelar uma face oculta e perigosa do seu ciclo de existência.
Muitos desses produtos, como sacolas, embalagens de alimentos e itens de uso único (copos, talheres), têm vida útil de horas, algumas vezes de alguns minutos, mas podem demorar séculos para se decompor no meio ambiente e têm baixíssima reciclabilidade.
Ou seja, apesar de serem recicláveis na teoria, na prática não interessam para o mercado da reciclagem e acabam sempre nos aterros sanitários, isso quando não são descartados incorretamente no meio ambiente.
Reciclagem de plástico no mundo
A reciclagem de plástico é um dos grandes desafios do século XXI. Ao contrário do vidro e do metal, o plástico não pode ser reciclado repetidamente sem se degradar rapidamente e perder qualidade.
Um estudo divulgado recentemente pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apontou que apenas 9% dos 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos foram reciclados em 2019 no mundo.
Ainda de acordo com os dados da mesma pesquisa, das 460 milhões de toneladas produzidas em 2019, 353 milhões acabaram nos aterros sanitários ou na natureza. Segundo a OCDE, entre 75 e 199 milhões de toneladas de plástico estão atualmente nos oceanos do planeta.
Reciclagem de plástico no Brasil
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) informa que o índice de reciclagem mecânica dos plásticos pós-consumo ficou em 23,1% no último levantamento realizado no Brasil em 2020.
Esse número é calculado dividindo a quantidade de plástico pós-consumo reciclado pelo volume de plástico pós-consumo de vida curta gerado.
Pacto global do lixo plástico
No último mês de março, representantes de 175 nações reunidos na Assembleia da ONU para o Meio Ambiente concordaram em começar a escrever um tratado global para tentar conter a poluição por resíduos plásticos.
Tudo indica que será um documento amplo e juridicamente vinculativo, que não se restringiria apenas a promover a reciclagem e a coleta do que já existe de lixo plástico no mundo, mas também incluiria restrições à sua fabricação.
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