09 de Junho de 2020,12h00
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“Temos que parar a coleta seletiva durante a pandemia?”. A questão tem sido a grande pauta deste momento de crise e isolamento social em função da contaminação do coronavírus. A medida foi tomada por algumas cidades do Brasil, como Sorocaba e Guarulhos. Mas de fato, é preciso parar?
O assunto, que gera grande divergência de opiniões, foi tema de debate do painel “Lixo: Sintoma do quê?”, parte da programação do dia 26 de maio do Encontro Lixo Zero, que neste ano aconteceu de forma virtual. A ação é uma iniciativa do Instituto Lixo Zero e, em São Paulo, organizada pela empresa ambiental Casa Causa. Na ocasião, profissionais do setor jurídico discutiram sobre a importância das leis ambientais durante a pandemia.
“Nessa situação de isolamento social surgiram muitas preocupações, como os riscos à saúde e à segurança dos catadores em vários lugares do país. São diversos pontos de vistas diferentes sobre a real necessidade da coleta seletiva durante a pandemia”, comentou a Procuradora Regional da República, Sandra Kishi.
A profissional explicou que, para os municípios que tiveram dificuldades de adaptação durante essa época, há um documento recente feito pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por meio da Comissão de Meio Ambiente (CMA/CNMP), que fornece orientações de como realizar o serviço.
A cartilha é nomeada por “Diretrizes técnicas e jurídicas gerais para os serviços de coleta seletiva e de triagem de materiais recicláveis durante a situação de pandemia de Covid-19” e é possível ter acesso ao arquivo clicando aqui.
Para Flávia Cunha, embaixadora do Instituto Lixo Zero e uma das organizadoras do evento em São Paulo, a pandemia jogou luz sobre as dificuldades que o setor da reciclagem enfrenta no país e na capital paulista. “Como sociedade, temos pressa de soluções, não dá mais para ficar esperando”.
Na contramão, José Valverde Machado Filho, coordenador de Integração de Resíduos Sólidos (CIRS) de São Paulo, afirma que o Estado já trabalha com esse senso de urgência e reforça que todos os lixões (locais considerados proibidos por lei) já foram extintos em São Paulo.
Hoje, já se atua planejando a gestão dos resíduos sólidos de cada região do estado, levando em conta as realidades de cada lugar, com uso de tecnologias de ponta, além de muita comunicação e educação ambiental. “Políticas públicas são importantes para dar um destino correto aos materiais, estimular a reciclagem e aliviar os aterros sanitários”, afirmou José.
Além do setor público, o papel das empresas e do consumidor também são fundamentais para ajudar na reciclagem do país. “Trabalho com sustentabilidade há 20 anos e vejo que hoje as pessoas estão mais exigentes na hora de consumir. Elas querem produtos que, em sua fabricação, não prejudiquem o meio ambiente. Todos os setores podem colaborar para soluções compartilhadas e definitivas”, disse Valéria Michel, presidente do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre).
Texto produzido em 28/05/2020
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