21 de Maio de 2020,11h00
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Em São Paulo existem boas práticas de coleta seletiva feitas em locais pouco imagináveis. É o caso de 30 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região do Jardim Ângela e do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, que implantaram pontos de coleta para resíduos perigosos desde 2016.
A iniciativa é do Programa Ambientes Serdes Saudáveis, da Secretaria Municipal da Saúde, gerido pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”), uma entidade de saúde sem fins lucrativos que atuam nessas regiões. O objetivo da ação é reduzir os impactos do descarte inadequado de resíduos perigosos como chapas de raio-x, lixos eletrônicos e pilhas e baterias e óleo de cozinha no meio ambiente.
“Temos colaboradores que ajudam a espalhar o projeto pelos bairros. Tem morador que acha que é preciso ser paciente da UBS para levar os resíduos, só que não, qualquer pessoa pode trazer”, contou Everton Tumilheiro, 27 anos, responsável pelo projeto na região do Jardim Ângela.
Antes da iniciativa, o ponto de coleta mais próximo para esses tipos de materiais ficava a mais de 17 km do Capão Redondo e cerca de 27 km do Jardim Ângela. A ação diminuiu bruscamente o caminho a ser percorrido pelos moradores para fazer o descarte. Hoje, as pessoas percorrem no máximo um trajeto de dois quilômetros.
Desde o lançamento da ação, já foram coletados mais de 15.450 litros de óleo de cozinha usado, 581 quilos de radiografias, 2 mil quilos de pilhas e baterias e 7 toneladas de lixo eletrônico.
O dinheiro arrecado com a venda desses materiais, cerca de 14 mil reais, foram destinados a um instituto de responsabilidade social do CEJAM. A instituição reverteu esse valor na realização de oficinas sobre educação ambiental, revitalização de espaços públicos e criação de grupos de artesanato na comunidade.
A ação também desenvolveu atividades sociais, como plantio de sementes em hortas escolares, compra de tintas para grafite para fazer uma arte em muros que continham muito lixo próximo a eles. “Embelezando esses locais, nota-se uma diminuição no descarte irregular”, contou Everton.
Além disso, as UBS ultrapassaram os muros dos centros médicos: investiram na prática de fazer palestras sobre educação ambiental para a população próxima ao local e bateram de porta em porta para falar sobre a importância do projeto e do descarte adequado dos resíduos perigosos.
“Temos percebido o engajamento das pessoas na questão dos resíduos perigosos e, consequentemente, elas têm se interessado em fazer a separação dos recicláveis, pois uma prática leva a outra. A quantidade de resíduos coletada nas UBS prova esse interesse. Além disso, temos influenciado novas práticas de coleta seletiva em outras regiões e lugares, como organizações sociais e instituições educacionais”, finalizou.
Texto produzido em 04/02/2020
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