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Comércio de peixes e camarões pode ser prejudicado por excesso de lixo

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Desequilíbrio ambiental pode ser comprovado pela escassez de estoques naturais de organismos de interesse comercial. Foto: Daniel Klein / Unsplash

O Brasil é um dos países que possuem o maior volume de mangues do planeta, são mais de 1,2 milhão de hectares de manguezais que estão presentes na costa norte a sul do país. Por se localizarem em áreas de grande urbanização, a existência desses ecossistemas está ameaçada.  

O mangue é um bioma primordial para a sobrevivência da vida marinha. Ele serve de berçário a espécies de peixes, crustáceos e moluscos que mantém a economia de várias regiões do país. A vegetação também protege a costa contra a elevação do nível do mar, além de ser uma barreira natural contra as ressacas, que estão cada vez mais fortes.

No entanto, estima-se que o país perdeu cerca de 20% de sua área de manguezais em 17 anos, em parte destruída pela expansão urbana. Quem aponta esse dado é o relatório do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura do Solo no Brasil (MapBiomas), feito pelo Observatório do Clima.

Entre as consequências da expansão urbana estão, infelizmente, o acúmulo de lixo nesse tipo de bioma. O oceanógrafo, Daniel Rufatto, explica que o excesso de resíduos que atingem estas regiões compromete a saúde desse ecossistema, extremamente importante para o equilíbrio ecológico e para a manutenção da vida marinha.

“Esse bioma abriga uma grande biodiversidade e possui papel fundamental como berçário natural para várias espécies marinhas que se reproduzem e se alimentam nestas áreas”, contou.

Nas últimas décadas a intervenção humana agravou muito a situação dos mangues, principalmente devido ao despejo e à contaminação destas áreas com esgoto e lixo domésticos e industriais, derramamentos de óleo, pesca predatória, desmatamento e aterramento, causando grandes prejuízos à qualidade, quantidade e distribuição dos mangues.

Este desequilíbrio pode ser comprovado pela escassez de estoques naturais de organismos de interesse comercial, como camarões, peixes, lagostas, caranguejos e siris, a diminuição da biodiversidade, a observação de comportamentos anômalos de determinadas espécies e contaminação do tecido de organismos, que afetam a saúde e economia das comunidades que precisam destas áreas para pesca, recreação, lazer e até mesmo moradia.

Regeneração

Algumas regiões do Brasil já estão conscientes desse déficit que a falta do mangue pode causar ao meio ambiente e investem em ações para a recuperação do bioma. No Nordeste, por exemplo, no estuário do Rio Pacoti, em Fortaleza, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) plantam uma vegetação chamada Rhizopora mangle, típica de manguezais. Com base em pesquisas, eles vêm notando que esse trabalho está recuperando a área e retirando o carbono da atmosfera, processo que regenera muito mais rápido o bioma.

Já no Rio de Janeiro, já se passaram quase 20 anos que imagens de aves cobertas por óleo em razão de um vazamento de uma empresa petrolífera chocaram o mundo. Quem olhava as imagens não acreditava ser possível a regeneração da vegetação do manguezal, na Praia de Mauá, em Magé, local mais afetado pelo desastre ambiental.

Porém, o trabalho árduo de ambientalistas, setor privado e ONGs conseguiu recuperar o mangue e ainda fundar o Parque Natural Municipal Barão de Mauá, que conta hoje em dia com visitas turísticas para observar o local recuperado do desastre que liberou mais de 1,3 milhão de litros de óleo de um duto.

Texto produzido em 10/01/2020


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