17 de Julho de 2020,12h00
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Um novo estudo feito pelo Greenpeace, conhecida ONG mundial ambiental, alerta que as crescentes montanhas de lixo nuclear existentes em vários países podem desencadear uma grande crise global. A tese indica que esses materiais têm potencial de permanecerem radioativos por milhares de anos.
A pesquisa, com mais de 100 páginas, apresenta uma análise geral das instalações que armazenam resíduos nucleares em sete países: Bélgica, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Suécia, Estados Unidos e Japão. Vários locais que estocam esses materiais estão “quase saturados”, de acordo com o relatório.
O documento também mostra que existe um estoque global de quase um milhão de toneladas de materiais altamente radioativos em cerca de 14 países do mundo. A maior parte dessas substâncias permanece em piscinas de resfriamento nos locais dos reatores que não possuem tanta profundidade.
Esses ambientes de armazenamento devem tomar outras precauções, além do excesso de resíduos: evitar incêndios, checar a ventilação dos gases radioativos, coibir a contaminação ambiental, ficar de olho em ataques terroristas e outros fatores.
“Mais de 65 anos se passaram após a autorização do uso de energia nuclear, porém nenhum país consegue ainda afirmar qual a solução para gerenciar os resíduos radioativos mais perigosos que são gerados durante a operação”, disse à imprensa internacional Shaun Burnie, especialista em energia nuclear do Greenpeace da Alemanha e coordenador do estudo.
O especialista ainda explicou que a solução de enterrar os rejeitos radioativos no subsolo, mostrou grandes falhas. O Greenpeace tem protestado há décadas contra a energia nuclear e defende o uso da renovável, como a força do vento, a solar, entre outras. De acordo com a ONG, essas opções mais verdes são benéficas para o meio ambiente, economia e não correm o risco de um colapso nuclear.
O Greenpeace dos Estados Unidos enfatizou que todo depósito de lixo do país libera radiação para o meio ambiente e as próprias usinas nucleares estão ficando sem meios para armazenar os materiais.
Motivo de polêmica, começou a ser construído no estado de Nevada um local de depósito de resíduos nucleares chamado Montanha Yucca. Porém, a obra foi interrompida em 2010 pelo ex-presidente Barack Obama. Hoje, com Donald Trump no poder, o projeto pode ter sido reconsiderado.
Uma matéria publicada pelo jornal Nevada Independent revelou que os Estados Unidos enviaram secretamente o material plutônio, altamente radioativo, para ser armazenado nesse local, apesar da oposição estadual.
“Várias vezes vimos funcionários do governo Trump tratando Nevada como se fosse o depósito de lixo nuclear do país. Se eles pensam em tomar uma decisão imprudente em segredo para retomar a construção de Montanha Yucca, eles estão enganados”, disse a deputada democrata Dina Titus.
Fonte: EcoWatch e Nevada Independent
Texto produzido em 04/05/2020
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