27 de Abril de 2022,18h00
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O impacto da indústria da moda no meio ambiente finalmente entrou na pauta e nos últimos meses empresas, organizações e sociedade civil buscam caminhos para minimizar o estrago do que ficou conhecido como fast fashion.
Mas existe viabilidade para a reciclagem de tecidos ou na sua maioria eles não têm reciclabilidade? E atualmente, quanto de nossas roupas é de fato reciclado?
Bom, vamos por partes, e as notícias não são muito boas. Segundo a Fundação Ellen MacArthur, menos de 1% das roupas produzidas no mundo é reciclada e outros 12% dos resíduos têxteis se transformam em itens de menor valor, como enchimento de colchões, almofadas e panos de chão.
Agora, leve em consideração que 100 bilhões de itens de vestuário são produzidos todos os anos e faça a conta final. Pois é!
Cerca de 87 bilhões de toneladas de resíduos têxteis, se não forem doados ou reaproveitados no esquema upcycling, terminam nos aterros sanitários ou na natureza.
Sobre a reciclagem de tecidos em geral, ainda é um desafio e não há tecnologia para, mecanicamente ou quimicamente, reciclar as roupas em larga escala e transformar esses resíduos em fibras de alta qualidade.
“No momento, as roupas não foram criadas para serem recicladas e há também os produtos químicos usados na indústria da moda que geram dificuldades”, explica Laura Balmond, líder da iniciativa Make Fashion Circular, da Ellen MacArthur Foundation, em entrevista à Vogue.
Mas nem só de más notícias vive o setor. Nos últimos anos, pesquisadores vêm desenvolvendo tecnologias e métodos para a reciclagem de tecidos. Um dos destaques é a empresa sueca Renewcell, que já fabrica diferentes materiais a partir de resíduos têxteis.
Outra iniciativa bem interessante é o Green Machine do Instituto de Pesquisa de Têxteis e Vestuário de Hong Kong, que apoiado pela H&M consegue reciclar têxteis produzidos a partir de diferentes materiais.
Aqui no Brasil, grandes redes como C&A e Renner abraçaram a causa e criaram projetos específicos para o setor, com pontos de coleta instalados em suas unidades.
Outras iniciativas menores, mas não menos importantes, estão em andamento e são um exemplo para incentivar empresas a se adaptarem aos valores da sustentabilidade ambiental presentes no moderno e necessário conceito ESG.
Mas nada vai adiantar se não mudarmos nossos hábitos de consumo. Precisamos consumir menos roupas, de forma mais consciente, e cobrar nossos fabricantes preferidos para que sejam ambientalmente responsáveis e implantem projetos de logística reversa.
Texto produzido com informações da iniciativa #UmSóPlaneta.
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