10 de Novembro de 2020,12h00
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Muita gente não sabe, mas as empresas farmacêuticas produtoras de vacinas costumam desembolsar cifras milionárias por ano para cumprir as exigências legais de descarte dos resíduos gerados no processo de fabricação. Para sanar esse problema, o estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (PPGCS/UFLA, Ivan Célio Andrade Ribeiro, desenvolveu uma pesquisa para transformar os resíduos industriais de vacinas em fertilizantes totalmente esterilizados.
Como parte dessa pesquisa, foi elaborado um processo físico-químico para o aproveitamento e a valorização do resíduo de fabricação de vacinas no Brasil. A metodologia facilita a transformação desse material em um fertilizante alternativo totalmente esterilizado, gerando um composto (tipo de adubo) que pode retornar ao meio ambiente sem perigos de contaminação.
“Atualmente, as indústrias contratam empresas terceirizadas para o descarte adequado desses resíduos em aterros controlados, a um custo elevado. Com a adoção do processo proposto, as fabricantes de vacinas deixariam de ter gastos com a disposição em aterros e passariam a ter lucro com a venda dos fertilizantes produzidos”, afirma Ivan.
Além disso, a descoberta torna-se uma alternativa que que essas indústrias consigam aplicar o conceito de economia circular, estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei que direciona o tratamento corretos dos resíduos sólidos no país.
De acordo com o professor Luiz Roberto, que coordenou o estudo, há duas soluções criadas: uma em relação ao corte de investimento milionário em um sistema de descarte correto e outra para gerar mais uma fonte de renda. “O investimento em um sistema de descarte em aterros controlados é muito grande. Por isso, essa é uma excelente alternativa. Além disso, os materiais que seriam descartados podem ser utilizados de forma segura como fertilizantes.”
Todas as etapas da pesquisa e processo de produção foram testadas nos laboratórios de Fertilidade e Nutrição de Plantas da universidade. Foi verificado que o composto produzido possui um alto teor de fósforo e acidez até mil vezes inferior à de fertilizantes fosfatados comumente encontrados no mercado brasileiro.
Também foi realizado um experimento em um ambiente controlado e foi observado que o fertilizante produzido a partir do resíduo de vacinas tem capacidade de fornecer nutrientes às plantas do mesmo modo que um produto comercial.
"O processo de produção do fertilizante já está finalizado e pronto para ser comercializado. Nosso intuito é disponibilizar uma licença de uso do processo desenvolvido e fornecer suporte técnico para as empresas interessadas", diz Ivan.
O processo desenvolvido pelos pesquisadores foi classificado entre as 30 melhores ideias submetidas ao Programa Centelha no Estado de Minas Gerais, sendo que o projeto da UFLA foi o único a chegar ao final. O Programa Centelha é uma iniciativa desenvolvida em diferentes Estados que visa estimular a criação de empreendimento inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil.
Fonte: UFLA
Texto produzido em 09/09/2020
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