07 de Fevereiro de 2020,12h00
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Hoje faz um ano que a cidade de São Paulo ganhou o movimento Recicla Sampa e desde então o objetivo da iniciativa segue sendo incentivar a população a separar o lixo em dois, reciclável e comum, diminuindo a quantidade de resíduos reaproveitáveis enviados aos aterros sanitários.
A data vem acompanhada de uma excelente notícia para a capital paulista: em 2019 a cidade contabilizou aumento de 3,5 mil toneladas na coleta seletiva, ou seja, em materiais que podem ser reutilizados. Além disso, os dados mostram uma queda de aproximadamente 17 mil toneladas do chamado lixo comum, confirmando que os cidadãos têm ampliado a separação dos materiais dentro de casa.
O Recicla Sampa reúne mais de 500 materiais sobre conscientização, reciclagem e sustentabilidade a fim de que as pessoas se informem e pratiquem a coleta seletiva. No período, o movimento também apostou na realização de diversos eventos a fim de mobilizar e envolver a população em torno da urgência do assunto e de uma mudança de comportamento dos paulistanos. Uma dessas iniciativas é a veiculação do movimento nos painéis digitais das linhas de metrô da cidade a fim de incentivar milhões de passageiros a fazer a coleta seletiva.
“Com uma mensagem direta, o vídeo é curto e ao mesmo tempo impactante. Ele ensina de forma rápida como fazer a coleta seletiva em casa”, disse a passageira Maria Cecília Pompeo, de 56 anos, sobre a ação.
Além disso, o músico Thaíde, que representa o Recicla, tem participado de palestras e eventos pela cidade informando o público sobre a importância de separar o lixo em casa, colaborando para uma cidade mais limpa.
Em um ano de iniciativa, usuários da plataforma tiveram a oportunidade de conhecer as grandes estruturas que operam os resíduos na cidade de São Paulo, como a tecnologia empregada nas Centrais Mecanizadas de Triagem.
Com máquinas automatizadas de reciclagem, consideradas as maiores e mais modernas da América Latina, as centrais paulistanas contam com o mesmo grau de inovação utilizado em países que paradigmas quando o assunto é reciclagem, como Alemanha e França. E dispõem da capacidade de selecionar mais de 250 toneladas de materiais por dia, o que possibilita reaproveitar de maneira mais eficiente os recicláveis. São Paulo tem reciclado entre 80 e 100 toneladas de materiais por dia, mas com potencial de triplicar esse volume.
Renny Kaori Murakami, de 25 anos, foi uma das pessoas impactadas pelos conteúdos do Recicla. Ela ficou chocada com a informação de que a megalópole produz diariamente 12 mil toneladas de resíduos e que a quantidade poderia cobrir até 53 metros toda a avenida Paulista, principal via da cidade, local que fica muito próximo ao seu trabalho.
“Isso me fez repensar a maneira com que lidava com o lixo. Foi muito importante para mudar hábitos”, diz a desenvolvedora de sistemas que levou os novos conhecimentos para a empresa em que trabalha. "Além de praticar aqui, meus colegas dizem que também começaram a fazer a coleta seletiva em casa".
O Recicla despertou a atenção para histórias fascinantes protagonizadas pelos catadores das 25 cooperativas cadastradas na capital. Pessoas que estavam há anos desempregadas tiveram a chance de reinserção e de dar um futuro diferente para seus filhos e familiares.
“Aqui eu descobri que não só o lixo é reciclável, mas nós, como seres humanos, também somos”, conta Maria de Fátima Libério dos Santos, de 40 anos, que há cinco anos trabalha na cooperativa Rainha da Reciclagem, na zona leste de São Paulo.
O caminho ainda é longo e passa, necessariamente, por uma reavaliação de conduta de todos os paulistanos. Reciclar hábitos é um dever social e ambiental. E a cidade não deixará de cumprir com essa tarefa.
Texto produzido em 07/02/2020
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