18 de Novembro de 2020,13h00
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Uma explosão na região portuária de Beirute, capital do Líbano, deixou mais de 100 mortos e cerca de 4 mil feridos em agosto. Além disso, muitos edifícios e estabelecimentos em volta foram destruídos. A suspeita é que a explosão tenha partido de um armazém que guardava nitrato de amônio, um tipo de fertilizante.
Os vidros quebrados com a explosão foram recolhidos por trabalhadores e levados para a reciclagem. Eles seguiram para fornalhas de uma fábrica de vidro em Trípoli, segunda maior cidade do Líbano. Toneladas de materiais pulverizados no porto de Beirute serão reciclados para produzir jarras e garrafas.
A iniciativa surgiu graças a associações e voluntários que se uniram para limpar os entulhos após a explosão ocorrida em 4 de agosto, que destruiu bairros inteiros. Nessa data, janelas e vitrines explodiram em milhares de pedaços por toda a cidade.
"Decidimos que uma parte de todo esse vidro pulverizado vai para as indústrias locais para servir de matéria-prima", explica Ziad Abi Chaker.
O ativista ambiental dirige a empresa de reciclagem Cedar Environmental e se mobilizou junto com outros voluntários da sociedade civil libanesa.
Caminhões carregados de cacos de vidro coletados nos bairros devastados continuam fornecendo matéria-prima para empresas de reciclagem.
Trabalhando 24 horas por dia
"Trabalhamos 24 horas por dia", disse à AFP Wissam Hammoud, vice-presidente da United Glass Production Company (Uniglass), uma empresa de vidro fundada por seu avô em Trípoli.
"Aqui temos os vidros da explosão de Beirute".
Com as mãos protegidas por luvas de borracha, os funcionários separam o vidro das pedras e da areia, antes de levar ao forno. Depois que sai da fornalha, um soprador de vidro dá a forma de jarras ou garrafas de gargalo comprido e estreito, típicas do artesanato libanês.
Ao total, duas fábricas de Trípoli receberam aproximadamente 58 toneladas de vidro, segundo Abi Chaker, que, com recursos adequados, espera enviar até 250 toneladas. Segundo suas estimativas, a explosão teria derrubado mais de 5 mil toneladas de vidro.
A meta é que todo esse material não siga para os aterros sanitários do país. Por décadas, as autoridades libanesas não tiveram êxito em adotar políticas eficazes de gestão de resíduos. Apesar de várias tentativas das pessoas, a reciclagem só é aplicada a 10% do tratamento de resíduos, segundo estatísticas oficiais.
Estilhaços
O vidro que segue para Trípoli é "apenas a parte visível do iceberg", diz Abdel Karim. Também tem fragmentos que não podem ser reciclados. Para eles, a opção pode ser encontrar uma solução como triturar com cimento ou outros materiais. "Precisamos de tempo, isso é algo que sabemos", reconhece o jovem voluntário.
Fonte: Estado de Minas
Texto produzido em 16/10/2020
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