22 de Abril de 2020,12h00
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A população mundial tem usado máscaras e luvas como proteção contra o coronavírus. Porém, um fato chamou a atenção de vários países recentemente: nas praias asiáticas, muitas máscaras descartadas indevidamente foram encontradas aos montes nas areias e trilhas naturais. O fato aconteceu em Hong Kong, região administrada pela China, onde a maioria dos 7,4 milhões de habitantes está fazendo uso das proteções faciais no combate a Covid-19. Ambientalistas estão alertando que esses resíduos representam uma grande ameaça à vida humana, marinha e aos habitats dos animais selvagens.
Segundo especialistas que já lutam intensamente contra o excesso de lixo marinho na China, as máscaras descartadas indevidamente ajudam a agravar a poluição, além de serem um risco por aumentar uma possível disseminação do novo vírus.
“Coletamos um volume enorme de máscaras nas últimas semanas. Estamos observando o efeito que isso pode causar ao meio ambiente”, disse à imprensa Gary Stokes, ambientalista fundador da instituição Oceans Asia.
Ele conta que encontrou 70 máscaras descartadas em um trecho de apenas 100 metros em Hong Kong e, quando voltou depois de apenas uma semana para continuar o trabalho voluntário, se deparou com um volume ainda maior. “Isso foi muito alarmante”.
No Brasil, a situação não é muito diferente. Os coletores relatam que já estão encontrando máscaras descartadas indevidamente no lixo reciclável. Na última semana, uma reportagem da TV Globo de Curitiba, no Paraná, mostrou que as esteiras que carregam os resíduos recicláveis da população e são manuseadas por catadores já possuem no meio de todo o material os protetores faciais usados. Mesmo com equipamentos de proteção, se os coletores ou catadores encostarem numa máscara contaminada e levarem a mão ao rosto, podem ser infectados pelo Covid-19.
Para resolver essa questão na capital paranaense, os resíduos recicláveis que são recolhidos ficam em “quarentena”. Os catadores só podem mexer no material depois de 72 horas, tempo máximo que o vírus sobrevive na superfície.
Já em São Paulo, a trabalhadora Thainá de Souza, 24 anos, é de uma cooperativa da capital que está operando com restrições. Segundo ela, a maioria dos colaboradores está em casa e o local tem recebido pouca quantidade de recicláveis. Mesmo assim, a equipe já encontrou algumas máscaras no meio dos resíduos.
“Nós descartamos imediatamente quando achamos”, conta.
A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) alerta que existe uma maneira correta para descartar máscaras e luvas usadas. É preciso colocar os materiais dentro de dois saquinhos plásticos (um dentro do outro), amarrar bem forte e jogar no lixo comum, o que chamamos usualmente de “lixo do banheiro”.
Texto produzido em 16/04/2020
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